"Quando sua realidade particular é desafiada, ela cede à verdade."

What if I say I'm not like the others?
What if I say Im not just another one of your plays?
What if I say I will never surrender?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sin




Meu deus não é o que eu quero...
Eu não peço nada a deus, não rezo por nada.
Mas meu deus não é o deus que eu quero.
Eu queria um deus de Ira, um deus de Fúria, Raiva, Rancor e Destruição.
Queria um deus cujo apelido fosse Morte.
Queria um deus que com um simples sussurro fizesse homens explodirem.
Queria um deus vingativo, que trouxesse sobre o mundo uma espada de Vingança,
com chamas que enchessem o coração dos fracos de medo, de pavor, de arrependimento.
E que queimasse, pele e carne se unindo, derretendo em um mar de sofrimento e desespero...
Queria um deus que dobrasse ossos sobre o mundo, cujo olhar fizesse a terra chorar de dor.
Queria um deus cuja passagem trouxesse um fim rápido a tamanha tolice.
Queria um deus que nos limpasse logo da face da terra.

Essa palavra fica ecoando na minha cabeça...
eu não consigo evitar...
Extinção, extinção...
É como uma música, uma luz no fim do túnel, uma fagulha de esperança.
É como uma solução...

Mas meu deus não é o deus que eu quero.
Meu deus faz tudo pacientemente, quase que como um sádico, zombando da minha vontade.
Mas eu sei que não é verdade, ele não liga para mim.
Meu deus não liga para nada disso...
Não é uma força.
Meu deus não é assim.

Mas o caminho está traçado.

Lentamente.

Eu consigo ouvir o canto dos anjos, o caminhar rumo ao abismo.
É lento, mas eu consigo ouvir.
Nada me dará mais prazer.
Cada gene anulado, cada estupidez e prepotência
extinguidas.
É o que eu mais quero.
Ouvir o ranger de dentes, o suave som do quebrar de ossos.
Ver olhos fora das órbitas, cérebros derretidos derretendo.
Ver pedaços de carne sendo arrancados,
víceras sendo extirpadas...
ver cabeças rolando,
sangue irrigando os secos desertos do mundo,
fazendo chover vermelho por meses e anos à fio.
Mas não vai acontecer.

Não assim...

Isso vai ser lento e silencioso,
indolor.
Limpo como um corte seco de papel na pele.

Não vai haver um mar de sangue, gemidos e gritos, pedidos e desespero.

Não... isso vai ser algo gradual, sem ossos se quebrando no processo.
porque meu deus não é o deus que eu quero.

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Atenciosamente, Chakal.

3 comentários:

  1. "Essa palavra fica ecoando na minha cabeça...
    eu não consigo evitar...
    Extinção, extinção..."

    É bem isso, mesmo. Gostei muito do jeito como você colocou. Aliás, também gostei da formatação do seu texto, o jeito que você escreveu ficou bem limpo e claro, não sei explicar.

    Voltando ao tema, ás vezes também acho que as pessoas precisam de menos compaixão e mais fúria, precisam de algo que as empurre para a frente. Enquanto continuarmos acreditando que há alguém nos perdoando em tudo, a extinção continuará sendo a única saída.
    Na verdade, eu prefiro que continue sendo e, como você, espero que chegue logo. rs

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  2. Eu não acredito em deus algum.

    Mas creio que a propria ignorância do homem irá levâ-lo ao fim que você quer!

    Em todo o caso, a minha ânsia é por justiça.

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  3. muito bom.

    e a extinção deveria mesmo ser forte, tipo um meteoro caindo e fazendo todos pegarem fogo. não é justo que as pessoas morram sem pagar caro por tudo que fizeram.
    de qualquer forma eles fazem das próprias vidas um inferno. então se a extinção chegar calma e silenciosa, eles vão saber que tudo que fizeram não valeu absolutamente nada e que só foram uns lixos que jogaram fora todas as oportunidades de viver algo que realmente valesse a pena.

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