"Quando sua realidade particular é desafiada, ela cede à verdade."

What if I say I'm not like the others?
What if I say Im not just another one of your plays?
What if I say I will never surrender?

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Brave New World...

Uma terra de fortes.
O mundo exige isso.
Ou você é forte o suficiente para sobreviver, ou se esconde atrás das muralhas de tua cidade.
Em meio aos demais covardes que apenas aguardam enquanto os poucos valentes
derrotam os monstros e pesadelos que rodeiam, aguardando a chance de provar tua carne.

O mundo perece a cada dia, a cidade entremeia pessoas e excremento, e um se faz o outro. A corrupção se alastra por entre as pedras de um muro que deveria proteger, e não ceder vítima da fragilidade de poucos.

O mundo chora por uma flecha bem atirada...
por uma espada bem guiada...
pelas entranhas dos culpados a regar o chão para a grama que virá depois...
O mundo clama por justiça, seja divina ou não,
por um mal que limpe o mundo dos covardes.
Que expulse dele todos aqueles que não se dignificam a empunhar uma lança,
mas vibram a cada gota de sangue que cai.
Eu lhe darei escudo e espada, e lhe deixarei de frente o dragão.
Aí então você poderá provar o quanto é digno de cada vida tomada.
Será capaz de dizer se algo vale à pena ou não, e se conseguirá acordar noite após noite,
pesadelo após pesadelo...
Mate...
É bom que não se esqueça do rosto de sua vítima, pois é você que vai viver por ela daqui para frente...
Corra guerras com sua lança, morte após morte...
Brade sua vitória...

Guerras dão ótimas histórias não?
Não espere o mesmo das memórias...

O mundo clama por pessoas, e não por sombras sem alma e sem espírito, sem princípios e propósitos, apenas vagando de olhos fechados sem ver o precipício que se aproxima.
O mundo clama por bravos, e eu rezo toda noite para que ao nascer do sol todos os covardes não sejam mais do que comida para as raízes das grandes árvores que estão por vir...
Árvores que vão cair um dia. E quando caírem, esmagarão cada um de nós...e então vai haver paz.
O mundo precisa de bravos...eu imploro.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

"Everytime I hear "I'm sorry" I pull out my pistol." ou, desculpa de cu é rola!



Eu estou cansado.
Pura e simplesmente.
E eu estou falando como eu mesmo.
Chakal, aqui.
Cansado, muito, mesmo.
Cansado de ver gente pedindo desculpas.
Dando desculpas.
Chorando pela vida que é tão cruel e impiedosa.
Da criação que não foi boa o suficiente.
Das pessoas que não te entendem.
Das coisas que não dão certo e da sociedade capitalista opressora e consumista que te faz ter 10 pares de sapato.
Da poluição e maltrato aos animais.
Da falta de conversa, e da falta que sua cara sente de umas boas porradas.

Eu estou de saco cheio, de tudo isso.
Eu já estava antes, eu fiquei eras sem escrever aqui por conta disso.
E agora mais ainda.
Eu odeio escrever experiências pessoais e o que eu estou sentindo tão subjetivamente.
Mas pra mim já deu.
A próxima vez que eu ver alguém reclamando como é ruim ser como é, cometer erros,
não ser compreendido ou pedindo desculpas enquanto tenta justificar sua imbecilidade
eu vou cometer o meu primeiro homicídio, e eu não vou parar.
É sério, eu estou cansado de argumentar coisa idiota com gente estúpida.
Eu vou espancar até a morte a próxima vez que eu ver um ciumento reclamar que perdeu a namorada,
um retardado reclamando dor de cabeça em rede social por conta da cachaçada da noite anterior,
uma imbecil traída pelo namorado traficante e babaca,
um ambientalista que tem 150 pares de sapatos e blusas de frio reclamando da usina na puta que o pariu,
ou uma pessoa crescida que reclama do erro que cometeu e do quanto é ruim não ter controle sobre a própria vida.
É sério, as pessoas precisam aprender a ter um pouco de maturidade.

SE VOCÊ COMETE UM ERRO, A CULPA É SUA FILHO DA PUTA! SE VOCÊ ESTÁ INSATISFEITO COM ALGO, MELHORA. SE ACHA RUIM SER INCOMPREENDIDO, EXPLICA MELHOR OU CALA A BOCA.
SE ACHA ALGO RUIM, FAZ ALGUMA COISA, MAS PELO AMOR DE DEUS, PARA DE SER IDIOTA E ARGUMENTAR COISA QUE JÁ SABE QUE ESTÁ ERRADA OU PEDIR MIL VEZES DESCULPA PELA MESMA COISA.
Eu estou cansado de marmanjo e mulher feita falando que é para dar um desconto porque está triste, deprimido, isolado, cansado ou o que quer que for. O PROBLEMA É SEU.

Para de ser um chorão desgraçado, ninguém liga pra isso.

A culpa e o problema são seus, de ninguém mais.
TE VIRA.

E se isso aqui bate com qualquer um de vocês, e quer achar ruim comigo, vai me xingar onde quiser, mas pensa que se achou ruim, provavelmente é porque a porra da carapuça serviu, e de novo, O PROBLEMA É SEU!
Se você é algo que não gosta, muda. É simples, se fez algo errado e não gosta de como é, seja diferente, é algo que só você pode fazer.
Você não pode colocar a culpa na circunstância. A oportunidade é que faz o pecador, e você é que tem que resistir a ela.

Seja um adulto, pelo amor de deus.
Para de chorar e age.
E calado, de preferência.



Atenciosamente, Chakal.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Remains dead

Primeiro de tudo, esse texto teve vários formatos e temas, até eu ter coragem de escrever desse jeito. Não tem nada de bom nele, e eu não sei escrever. Isso não é novidade.
Mas o blog é meu, então tem que ter coisas minhas...baseei ele nessa frase do Game of Thrones, o primeiro livro dAs Crônicas de Gelo e Fogo. Desculpem qualquer coisa, e principalmente, o tamanho do texto. Espero que valha à pena. Desde já obrigado aos que lerem.

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"My mother told me that dead men sing no song".

Recarreguei a pistola. Eu tinha permissão para isso.
Não que eu me importasse. Eu não sou do tipo herói. Não coloco minha cabeça na linha
para salvar e proteger pessoas que não merecem.
Eu não sou do tipo que vai salvar alguém.
Não é preciso muito mais do que acordar mal para que eu vire a cara para um assalto ou uma tentativa de assassinato. E não me venha com críticas.
Você faz o mesmo todos os dias.
Da próxima vez que levantar esse dedo para acusar alguém do que quer que seja,
sinta o cheiro de carne podre e pense antes de falar algo. Mesmo que a pessoa não saiba o que você fez, você deveria ter um pingo de consciência já que vai acusar alguém, e isso deveria impedir que acuse alguém de algo que você faz. Mas eu sei que isso não acontece e que você vai falar merda de qualquer jeito.
Mas uma pergunta coerente pode estar vagando nessa cabecinha inútil sua.
Se eu não vou defender ninguém, nem coibir o crime, porque sou um policial?
E a resposta é simples: eu gosto da violência.
Ela me atrai. Eu gosto de ver o sangue espirrando na parede atrás do alvo.
Gosto de ouvir o baque seco do corpo ao cair no chão, e o som esponjoso dos miolos e vísceras que se espalham pela sala.
Eu gosto de matar pessoas.
Outra pergunta boa que você provavelmente não está se fazendo é, se gosta da violência porque não vira bandido? Afinal, matar alguém como policial dá muita dor de cabeça. Os filmes não mostram isso, e de fato, dá muita.
Mas a minha resposta é bem simples, para alguém com cérebro ao menos. Ainda é melhor a dor de cabeça do que a cabeça a prêmio como bandido, não?
Prefiro a papelada e a psicóloga do que uma bala entre as minhas costelas dois e três.

Esclarecido isso, voltemos ao que importa. Eu disse que coloquei meu pente na arma, puxei o ferrolho. Ouvi o sino da vitória. Bala na agulha. Bingo.
O tambor atrás do qual me escondia treme com os dois últimos disparos. O infeliz quer mesmo me matar. Consigo sentir a parede de dentro quente com essa última bala. É bom eu sair daqui logo.

Tem uma coisa sobre tiroteios que os filmes não costumam mostrar. Não se mostra lá a sensação que se tem quando você olha na ponta de uma arma, sabendo que o dedo do cidadão em porte dela só precisa de um segundo, e que você nunca vai ver o que saiu de lá. Aliás, você nunca mais vai ver nada. Um pouco de pressão nesses poucos segundos, não? Pois bem, essa é a pressão que senti no momento em que dei a última respirada antes de sair de trás do barril. É difícil explicar.
Você torce para o cara não mirar tão rápido quanto você consegue correr e vai. Mais ou menos assim.

Me levantei andando de lado e pregando bala em cada pedaço do sujeito. Ou ao menos tentando.
Três tiros na parede atrás dele e ele se abaixou atrás do container. Filho da mãe.
O problema de um cara se esconder de você em meio a um tiroteio é que você não pode se dar ao luxo de ficar com a cabeça de fora esperando a noiva aparecer. E nesse tempo em que você não está olhando ele pode se esgueirar por outro lado e atravessar uma bala entre suas ideias quando você menos espera. Você precisa ser atencioso. Por isso é bom ouvir bem. Ao menos o suficiente para ouvir os passos atrás de você.
Mas o meu alvo não era assim tão esperto. Eu nem me escondi e ele já começou a correr, tentando fugir de mim. Mais duas balas na parede. Coitada...

Me levantei e segui no encalço. Qual foi a minha surpresa quando senti o ar se mover com a bala que passou por mim. Me agachei na lateral do mesmo container. O infeliz sabia que eu viria atrás, por isso correu. Não que ele tenha parado, mas foi uma boa ideia. Eu dei sorte.
A maioria das pessoas se desespera nesse tipo de situação. Se desespera quando tem alguém correndo com uma arma atrás dele. Nem precisa ser uma arma. Basta ameaçar alguém com uma discussão mais profunda, ou um conflito de interesses. As pessoas tendem a correr em desespero do confronto. Já viu o desespero de uma pessoa quando um problema acontece? Não precisa ser nada sério. Pode ser o término de um namoro. É tudo que basta para uma pessoa fraca se sentir no direito de cometer todas as besteiras possíveis pelo próximo mês. Ela vai encher a cara, quebrar todos os dentes, vomitar durante duas semanas, ter crises e mais crises e pedir para que ninguém a aborreça, porque ela está sensível, frágil, e passou por um momento difícil. Pois eu tenho uma novidade, NÃO INTERESSA O PROBLEMA, SE VOCÊ TOMA UMA ATITUDE ERRADA, VOCÊ MERECE SER PUNIDO! Eu costumo perder a amizade desse tipo de pessoa muito fácil. Costumo não deixar de aborrecer as pessoas porque elas quebraram a unha, ou porque perderam o 13º amor da vida delas. Por mim, eu descarregava minha arma nesse tipo, mas nós já falamos sobre a dor de cabeça de matar alguém quando se é policial.

Pois bem, voltando à Cinderela correndo à meia noite, antes que ele virasse a esquina desse beco maldito, consegui depositar gentilmente uma bala entre a panturrilha e a canela do infeliz. 6 tiros, 6 para ir ainda. É importante manter esses números na cabeça. A arma não tem um contador digital para quantas balas ainda tem. Corri até a esquina, e parei um pouco antes, só por precaução. Coloquei a cabeça para fora e vi o cretino correndo pelo beco para chegar à rua.
Um problema que eu tenho com ruas é a quantidade de tripas que eu posso colocar para fora antes de atingir meu alvo de fato. De novo, nós sabemos bem a dor de cabeça que isso é para o herói aqui. Tentei um disparo longo. Tinha uns 25 metros de distância entre eu e ele. Minha arma consegue ser letal até 50 metros. Se for pensar, é uma boa distância para estourar os miolos de alguém. Dá quase para ignorar o fato de que você quem matou e dormir sem culpa à noite. Quase...
Dei outros dois tiros enquanto ele mancava. Errei um, o outro levou embora um dos rins do cara. Enquanto ele caía corri para detrás de uma lixeira. Não se deixe levar pelo calor, é o que eu sempre digo. Não é porque seu inimigo vai ter que frequentar a hemodiálise frenquentemente que você deve achar que acabou.
O filho da mãe se virou deitado no chão e disparou mais duas vezes. Quantas balas esse cara tem? Ouvi o barulho de derrapadas e freadas... demorei um pouco para entender.
Sabe, todos os policiais andam em dupla. Agora que falei isso vocês devem estar se perguntando o que aconteceu com o meu parceiro, que é exatamente o que eu estou pensando...ele sempre foi um preguiçoso filho da puta, nunca arrastou o traseiro para nada, sempre dando desculpas para tudo e acusando os outros. Tudo que eu pedi foi que ele vigiasse a outra saída. No caso, essa de onde uma van acabou de sair com dois sujeitos fortemente armados. Tomara que aquele porra esteja morto.
Bem, tenho mais dois problemas para lidar.
Uma coisa que o gênio no banco do passageiro não percebeu é que a van derrapada atrás dele fechou a única saída que eles tinham, e deixou ele em aberto no meio do corredor.
O que era tudo que eu precisava. Ele mal puxou o cão do revólver que ele carregava.
Blam!
Cérebro no vidro lateral. A van preta ganhou uma cor rubro-negra agradável da distância em que eu olhava.
Uma coisa bem comum em guerras e que costuma funcionar ainda melhor quando se está em menor número é o fator moral.
O simples fato de gastar apenas uma bala para matar um cara que apareceu a menos de 2 segundos pode ser intimidador para algumas pessoas. Foi o que aconteceu com o motorista. Não precisou de muito tempo para que ele estivesse escondido atrás da van.
Ainda tinha 3 balas na pistola, e só mais um pente no cinto. A USP .45 ACP que eu carrego é uma boa arma, mas às vezes ela pode ser problemática. Tem sempre a chance da bala ficar agarrada na câmara e ferrar todo o processo. Não quis me focar nisso.
Me concentrei no fato de que ainda tinha um alvo e meio para finalizar.
Aparentemente meu amigo deitado estava sem balas, porque se arrastava desesperadamente para a van. O amigo dele, por sua vez, se preocupou em descarregar a 1911 dele contra a lixeira onde eu estava.
Me levantei calmamente e disparei contra o pneu esquerdo da van. A frente deu uma caída e o colega atrás já se prontificou a mudar de posição. Era a chance que eu queria. 20 metros, disparei minha penúltima bala e errei o infeliz. Espalhei cacos de vidro do para-brisa pela região, só para dar um toque de filme de ação. Me esquivei dos tiros frescos. Às vezes eu me pergunto se essa vida vale à pena...mas eu me lembro que não é só pelo dinheiro.
Apertei o retêm e deixei cair o último cartucho. A bala do anterior ainda na agulha. Disparei 5 direto contra a van, enquanto corria para um monte de lixo próximo. Aqueles sacos não segurariam um disparo sequer, mas eu torci para que eles não vissem para onde eu estava indo.
8 para finalizar...
Esperei as primeiras balas, o mais encostado na parede que pude. Por um momento, cheguei a murchar minha barriga, mas depois pensei o quão idiota aquilo era. Torci para que o alvo fosse a lixeira.
Dito e feito.
Me levantei e mirei bem no instante que tinha antes de ele perceber o quão fodido estava.
Blam!
Blam!
Blam!
Um no pescoço, outro no ombro e um home run que provavelmente acertou o gato da vizinha. Mais do que suficiente.
Logo abaixo o meio-vivo recarregou a arma surpreendentemente e voltou a disparar contra mim.
Saltei sobre o lixo disparando cegamente contra ele. Errei todos os tiros.
Preciso melhorar minha taxa de acerto.
Me joguei no chão esperando queimar.

Clic...

O som da vitória.
Me levantei e vi a expressão de desespero crescendo na cara do desgraçado. Não consegui segurar o sorriso. Ainda tinha duas balas na minha arma. Eu iria precisar das duas.
Me aproximei da minhoca desesperada por um buraco para se esconder.
Apoiei gentilmente o coturno no vão que dizia "vaga para um rim". Ouvi um grito. Sabe o que dizem, música para os ouvidos.
Disparei contra a perna intacta. Outro grito.
Levei um segundo olhando fundo nos olhos dele, suor pela cara toda. Coloquei ele de pé, empurrei-o contra a van. Não podia parecer uma execução. Ele se agarrou ao retrovisor e se virou para mim. Apontei meu brinquedo, inclinei-a lentamente e puxei o gatilho o mais devagar que consegui.

BLAM!

O pessoal da limpeza vai ter trabalho com esse.

Respirei fundo...a porta aberta atrás dos dois corpos revelou um grande presente.
Meu colega apareceu correndo da rua atrás da van, arma em punho, suando como um porco. Olhou para mim e soltou as piores palavras possíveis.

"Quando ouvi os tiros vim o mais rápido que pude".

O MAIS RÁPIDO QUE PÔDE?
Pode não parecer o maior tempo do mundo, mas eu consigo contar ao menos 3 vezes em que estive perto da morte, que poderiam ser evitadas se esse gordo maldito tivesse feito o que eu mandei. Me aproximei da porta aberta da van. Tirei minhas luvas detrás do cinto e vesti-as.
Consegui ver a cara dele confusa por um momento.
É sério. Eu odeio gente lenta.

Lenta.
Hipócrita.
Gorda.
Cínica.
Inútil.

Clac-clac.

BLAM!
Estilhaços de gordura, músculos e sangue por todo o lado. Consegui ver o rombo que esse presente era capaz de fazer. Calibre 12, a arma do século. Dava para estacionar um carro esportivo no lugar onde antes haviam costelas, um coração e dois pulmões. Joguei a arma no chão, próximo aos outros dois corpos. Guardei as luvas.
Meu parceiro caiu devagar, esparramando sangue pela boca com os reflexos musculares... devagar...
Ele vai estar melhor assim. Todo mundo conhece ao menos uma dúzia de idiotas que acham que uma pessoa morta é sempre respeitável e decente, e que morrer redime todos os pecados, erros e burradas que se pode cometer. Sempre que posso provo que elas estão erradas.

Foi um bom dia. Gosto de lidar com meus problemas um por vez...
Sou um homem de gostos simples, e vou atrás deles sempre que posso.
Quando uma oportunidade aparece, não dá para desperdiçar.
Cometi algumas coisas fora do padrão aqui, mas não tem ninguém para saber.

"My mother told me that dead men sing no song".

Atenciosamente, Chakal.







terça-feira, 25 de outubro de 2011

War



Estou me sentando aqui sem ter o que escrever. Depois de tanto tempo, e ainda sem saber o que colocar aqui. Eu tive inúmeras ideias. Formulei textos inteiros na minha cabeça, e, não anotando nenhum, todos eles foram esquecidos antes que eu pudesse chegar em casa.
Uma parte da verdade é que eu estou bem cansado das pessoas. Sempre me interessei pelo que acham, dizem, mas ultimamente eu tenho ouvido tanto os mesmos argumentos imbecis e tão facilmente derrubados que eu tenho duvidado que esse meu interesse tenha alguma base onde se sustentar.
Como todos sabem, eu não bebo, eu não fumo, eu gosto de política, eu não vou contra aquilo que acredito e eu não me calo para os erros dos outros, do mesmo jeito que eu não esqueço nunca dos meus para garantir que eu não os faça de novo. E todas essas coisas tem opositores. Se algum deles tivesse provado para mim o contrário, eu mudaria. Mas até hoje eu ouço os mesmos contra-argumentos, os mais estúpidos possíveis. E isso tem me cansado, o que me levou ao afastamento desse blog, ao qual eu não andava vendo grande funcionalidade.


Eu me cansei das desculpas,
de todos os porém,
de todas as justificativas imbecis,
de todos os argumentos que já saem errados,
e saem errados pelas próprias pessoas que dizem,
argumentos que são desculpas,
que não passam nem perto de ser o motivo real para fazerem aquilo que fazem,
que parecem imbecis para mim,
e que provavelmente são imbecis para quem os diz também.
São desculpas para si próprios,
e mentir para os outros é uma coisa,
mentir para si mesmo é suicídio espiritual.
É ficar vazio por dentro,
é se acabar pouco a pouco.
Eu não me interesso por gente assim.

Eu não vim aqui falar sobre isso. Essas pessoas não merecem atenção. Os choros e desculpas que dão são tudo com o que merecem ficar. Isso e com a covardia de agir como alguém que pensa, alguém diferente e que quer ser maior do que o que está na sua frente. Eu não tenho, nem nunca tive, saco pra criança.

Eu vim falar sobre jornadas.
Sobre essas guerras particulares que as pessoas tomam.
Eu mesmo tive várias.
E descobri que nenhuma delas era a minha.
Tem gente que briga contra a religião.
Eu brigava contra a religião.
Achava que a ciência tirava sua força.
Para ver mais a frente que a ciência é em si uma base religiosa.
As pessoas estudam coisas muitas vezes absurdas, sem qualquer embasamento,
na pura fé.
Para chegar a conclusões que até então se julgava impossível.
E isso acontece mesmo hoje, que acreditamos que não existe limite para a ciência.
Vez ou outra nos vemos céticos nesses avanços. E eles sempre vêm nos bater na cara.
Hoje eu vejo que a fé é uma das poucas coisas que fazem as pessoas dignas de algo.
E que fazem delas capazes da única coisa nobre a qual poucos seres humanos são capazes.
O sacrifício. O pulo cego, a determinação pelo que se acredita.
O esperar por algo que outros considerariam imbecil.
O agir por esse algo...
Tem gente que faz guerra na política.
Eu já fiz isso.
Já dediquei meus desenhos a isso.
Para descobrir que não existe lado certo nisso, e que na teoria é tudo lindo.
Que teoricamente, governos comunistas derrubam um governo, implantam uma ditadura e redistribuem tudo, para então desfazer a ditadura e deixar todos como iguais.
Que teoricamente, governos de direita elegem aquele que trará o melhor para a maioria e proporcionará oportunidades aos que não têm, ajudando-os com o dinheiro que os impostos trazem, com saúde e educação, para que um dia todos consigam viver por conta própria e crescer nisso.
Eu lutei por vários desses lados, esquerda, direita...para perceber que é tudo uma balela sem limites.
Que não existe teoria política, porque política se faz na prática, e na prática, não tem muita gente disposta a sacrificar o poder que tem para terceiros. E que não dá pra contar com quem está lá em cima, seja de direita, esquerda, centro, ou o diabo que for. Vai dar sempre no mesmo...e as coisas caem por terra tão rápido quanto elas são propostas. Teorias lindas, práticas temíveis. E vergonhosas.
Hoje eu me vejo chacinado pelos dois lados, e mais do que nunca vejo o quanto a falta de respeito é alarmante. Eu não me posiciono para qualquer lado que seja. Em nada. Eu uso a lógica nas situações, eu não faço parte de gangues que definem o que você é. Eu sou conservador no que a lógica me faz achar certo, e liberal no mesmo sentido. Eu não sou apenas uma coisa, eu sou uma pessoa de verdade, e não um robozinho que só segue um lado, seja esse qual for.
Eu penso por mim, e não apenas por teorias miraculosas, livros e pensamentos de terceiros. Eu tento absorver aquilo que acho certo e discordar do que me parece imbecil. Não é tão difícil, e não é mais que uma obrigação.
Eu vejo gente brigando contra a desigualdade social, e eu já fui assim. Já achei que eu tinha que ajudar a tudo e a todos. Que tinha que ser o melhor cara do mundo, bonzinho e compreensível.
Que tinha que guardar pra mim o que achava de ruim, e relevar os defeitos dos outros porque
eles relevavam os meus. Novidades: as pessoas nunca vão relevar seus defeitos. Se eles
às afetam, elas vão te xingar, reclamar, parar de falar com você. E não deixe de relevar
os erros, defeitos, gostos absurdos e preconceitos dos outros. As pessoas não estão acostumadas a ouvir o que não querem. O respeito que tanto pedem vale para um lado só, não se iluda.
É por isso que eu não tenho lá muitos amigos, e as pessoas tendem a se afastar de mim.
Um dia eu percebi que elas querem respeito, mas não querem respeitar.
Então eu não engulo mais sapos. Ninguém deve.
Eu não respeito meus defeitos.
Eu me torturo com eles, e se quero ser diferente, se vejo algo errado.
Eu mudo.
Não dou desculpas.
Seria triste comigo mesmo. Aceitar uma incapacidade minha.
Como alguns já devem ter percebido aqui, eu não aceito os defeitos dos outros também.
Eu adoro ver o circo pegando fogo.
Adoro apontar meu dedo na sua cara e te mostrar onde está errado, e o quão imbecil você é.
Se você não gosta, o problema é seu.
Se eu fizer algo errado, a primeira coisa que vou querer é que faça o mesmo por mim.
Tem gente que tem uma guerra pela natureza, e eu já fui assim.
Eu não sou mais assim. Eu não sou a favor de tortura aos animais, humanos excluídos, mas eu também não acho que a gente deva preservar todas as espécies.
Extinção é a minha palavra do dia na verdade.
A gente faz o que dá para sobreviver, e um dia some daqui.
A gente não vai destruir o mundo, nem se quisermos...nós somos como qualquer bicho, e um dia
vamos deixar de ser, como qualquer outro bicho.

Eu hoje tenho uma guerra contra mim mesmo...eu tento ser o mais capaz e o mais orgulhoso de mim mesmo que eu consigo. Eu travo uma guerra contra todos os erros que cometo
e todos os defeitos que tenho. Seria bom acordar amanhã como alguém um centésimo melhor que fosse.
Se você não acha necessário, bom pra você. Pra mim é extremamente necessário
não acordar no dia seguinte arrependido de ter perdido uma chance, ou de ter feito uma
burrada. Não que não aconteça. Mas espero não acontecer mais de uma vez.
Eu quero ser perfeito. Pode parecer pretensioso, e é mesmo. É justamente por ser
impossível que eu quero isso. É justamente por ser impossível que eu quero
sempre tentar alcançar, ser melhor, e mudar aquilo que eu julgo necessário.
Minha guerra é por sobreviver, e morrer na certeza de ter orgulho de mim mesmo.

Isso me impede de dar desculpas para mim mesmo.

E não tem nada que eu odeie mais que desculpas...
Se você é algo, e acha que está errado, mude.
Mas não culpe seus pais, ou o mundo, a sociedade, o clima, a vegetação, a política, ou a pressão do mundo capitalista e consumista.
Enfie isso tudo goela a baixo e engasgue-se com as suas desculpas, que é melhor do
que encher o saco de gente que tem mais o que fazer.
Se você erra a culpa é sua, e é bom não fazer de novo.
Dar desculpas é só um jeito de se justificar por um erro.
Se é um erro, não tem justificativa.
A não ser que você seja um retardado mental.
Daí você não precisa levar nada do que eu falei em consideração...
como provavelmente vai fazer.

E se eu não tenho saco pra crianças, imagine para retardados mentais por opção...

Não atenciosamente, Chakal.




sábado, 18 de junho de 2011

Pride


Eu olho para trás.
Hoje é sobre mim...
Hoje é sobre como...
Eu vivi a maior parte da minha vida completamente perdido. Eu me sentia em meio a um furacão.
Eu me senti muitas vezes no olho de um furacão. E eu não conseguia entender, não conseguia fazer escolhas.
Eu me sentia perdido e sozinho. Muito, sozinho de um modo estúpido, que hoje vejo não ter qualquer sentido.
Eu tinha esse desespero adolescente de achar alguém que me entendesse, essa raiva de nada, sem produção, com o único propósito de dispersar ao encontrar alguém que realmente me entendesse, e então eu não estaria mais sozinho. E eu procurei isso dos mais diversos modos, pelo gosto musical, pelo desenho, pelas atitudes, vestimentas, e todos os outros detalhes que eu considerava fundamentais...e todas elas me levaram a um período de existência infernal, e algumas se mostraram as escolhas mais imbecis que eu pude fazer... e quando eu decidi não procurar, quando entendi que eu deveria a mim a companhia e não aos outros o dever de me sentir bem comigo, acabei achando, pessoas que se mostraram perfeitas e capazes. E a melhor companhia de todas, branca branca.


Eu era uma criança assustada. Assustada de um jeito imbecil. E não é uma metáfora, é sério. Eu era o tipo de criança que tinha medo de tudo. Eu assisti Jurassic Park e fiquei 1 semana sem dormir. Se eu visse sangue, eu chegava ao ponto do desespero completo. Eu não sabia o que fazer. E tem algo que me fez passar por cima desses medos. E esse algo na verdade é o que me fez o que sou hoje, pelo menos para as coisas boas. Meus pais.
Eu tinha um pesadelo atrás do outro, vivia chamando meus pais parar dormirem comigo, os atormentava com todo tipo de medo e desespero. Eu era um saco. Eu tinha medo, mas queria ver os filmes de terror... um dia meus pais disseram que se eu queria ver bem, mas que eu iria ter que ficar sozinho, que não era pra chamá-los por que eles não iriam lá. E eu assisti. E foi uma longa noite. Foram longas noites, após filmes e mais filmes...e eu aprendi.

(...)
Eu era esse adolescente imbecil, que vai bem na escola e acha que sabe alguma coisa, mas nunca fui do tipo exibido. Eu era do tipo reservado. Na verdade, eu ainda sou, e o simples fato de escrever isso me arranca um pedaço de carne. Mas antes eu era reservado do tipo imbecil, que não compartilhava nada que sentia ou achava, e guardava as coisas que eu sabia para mim e para as provas que fazia. Hoje em dia eu ainda guardo as coisas pessoais. Isso aqui é a exceção dentro da exceção. Eu odeio falar de mim...mas não hesito em falar o que penso, as pessoas passam por cima de você quando você não o faz. Às vezes é bom colocá-las no lugar delas. Mas desde criança eu era do tipo autista. Eu guardava tudo, e achava que minha vida era um tormento. E realmente era, para os meus pais. Eu sempre achava que tudo tinha que ser argumentado e discutido, e não conseguia parar e respirar antes de falar as coisas, atitude que critico tanto hoje, quando pessoas discutem e falam antes de parar para pensar nas coisas. Eu era assim, e meus pais sofreram muito com isso. Imensas brigas e discussões, por conta das imbecilidades que eu fazia. Eu espero nunca mais fazê-los passar por isso, e hoje vejo o quanto os fiz sofrer a troco de nada.

Eu cresci sendo esse adolescente imbecil, procurando essa pessoa perfeita que nunca iria chegar. Foi preciso muita cara na parede, e uma certa moça "velha" pra me mostrar algumas coisas, e mais incrível ainda, foi poder mostrar algumas coisas para ela eu mesmo, depois de um tempo. Acho que um dos grandes pontos está nisso... eu me vi desesperado, e enchendo a paciência de um monte de gente a troco de nada. Mas eu cresci e fui melhorando...
E um dia eu aprendi que estar sozinho era o máximo. Que ser deprimido era coisa pra gente fraca, e que eu nunca vi meus pais em desespero, mesmo nas situações mais drásticas. Eles sempre se levantaram e encararam as coisas, e me mostraram como duas pessoas conseguem ser felizes e viverem juntos, e como as pessoas fortes são.
Meus pais nunca foram do tipo que tiverem piedade de nós. Se eu tinha um problema e fazia algo errado, eu era castigado por ter errado, mesmo que tivesse um problema. Minha mãe e meu pai nunca me abraçaram quando eu terminava um namoro e ficava triste. Eles nunca tiveram pena de mim, pena essa que muitas vezes eu queria, confundindo com compreensão.
E hoje eu vejo o quanto isso foi importante na minha vida. O quanto eu consegui fazer distinções por conta disso. E o quanto na verdade eles estavam sendo quentes comigo, ao invés de frios como era de se dizer à primeira vista. Minha mãe nunca errou, e não erra até hoje, para perceber quando tenho um problema, ou quando estou triste. Ela sempre conseguiu distinguir, e sempre me exigiu calma nos momentos de desespero e raiva, e aquilo me irritou muitas vezes. Hoje eu vejo que calma é o elemento essencial. Que manter a calma é a maior virtude dos fortes, que seus olhos precisam saber para onde mirar e atirar, e que ter raiva de algo e não fazer nada é permitir que algo ocorra novamente.
Meus pais me ensinaram tudo que eu sei de melhor, e é por eles que eu aguentei as barras que eu não gosto de dividir, mas que valeram a pena, porque desistir não consta no vocabulário deles, e não pode constar no meu, e eles nunca iriam me julgar se eu dissesse que era muito difícil e que eu não queria mais tentar. Mas o meu pai sempre me disse, que sem lutar a gente não consegue nada, e eu aprendi a lutar. Se eu desistisse ali, seria como dizer a eles que eu não tinha aprendido. Eu sempre quis dar orgulho a eles, porque eu sempre tive orgulho deles.

Meus pais me mostraram que eu tenho que lutar.
E que eu tenho sempre que pensar nos vários lados de uma história, que eu tenho que pensar no que estão pensando da mesma situação.
Eles me mostraram que pena é algo terrível, e que ser merecedor dela é pior ainda.
E que querer pena dos outros para si, é deprimente, e não é para nós.
Minha mãe me mostrou como amar alguém, como seguir em frente nas piores situações, e aprender a passar por cima dos seus erros e dos outros, e não parar mesmo quando as pessoas em quem você mais confia te traem.
Meu pai me ensinou que as pessoas mudam, e que aprendem, e que ele consegue ser a pessoa mais feliz e bem humorada que eu conheço, mesmo trabalhando 15 horas por dia longe da família que ele tanto preza.
Minha mãe me mostrou como se preocupar com os outros, e como entender mais de um lado sem tornar a sua visão a única correta.
Meu pai me mostrou como ter calma mesmo quando te agridem, e saber a atitude correta a ser tomada, mesmo quando um imbecil te soca sem razão.
Minha mãe me mostrou como queimar tudo a volta, mesmo nas situações mais desesperadoras. Meu pai me mostrou como tornar tudo a sua volta seu, como conquistar aquilo que quer sem ter que pedir nada a ninguém.
Minha mãe me mostrou como manter a linha em tudo, e como ser alguém que mereça respeito sem pisar em ninguém.
Meu pai me mostrou como ser um homem de verdade, e como tratar uma mulher.
Minha mãe me mostrou o que é ser uma mulher de verdade, e todo o respeito que ela merece.
Meus pais me mostraram como ser o melhor no que se faz e ser o melhor profissional da sua área, como retirar fornadas e mais fornadas de alunos que aprendem a ler cada vez mais rápido e mais novos e a amar e ser amada por cada um desses pequenos demônios em forma de crianças, e em como marcar a vida de cada um deles pra sempre, e ainda saber o nome e o rosto de todos eles. E como é recompensante tanto trabalho duro, não interessando a origem ou classe social deles. Com a minha mãe eu aprendi a não ter qualquer tipo de preconceito, e a ter orgulho disso. E aprendi a nunca me colocar como completo, sabendo sempre ir atrás de algo novo e transformar aquilo que faço para ser o melhor sempre.

E ver como é duro encarar estradas e mais estradas, e um perigo sem fim, e como levantar a cabeça dia após dia longe daquilo que mais se ama, longe da sua família, para trazer o de melhor para eles. E mostrar para seus filhos o que é ser um homem e um cavalheiro, e como ter sempre um sorriso no rosto, e disposição para te levar e buscar onde quer que seja, sem você sequer pedir. E emprego após emprego, ser o melhor empregado, o melhor vendedor, saber conversar e resolver os problemas, e se reerguer nas piores situações. Com meu pai eu aprendi a perseverança de quem nunca se cansa, mesmo na exaustão. E aprendi a nunca me desesperar com os meus problemas, e não descontar em quem não merece os males das minhas preocupações.

Com os dois eu aprendi a ter esse sorriso no rosto, mesmo trabalhando uma infinidade de horas, sabendo que é para algo melhor, e que vale a pena se esforçar para isso. Eu vi na minha mãe o Amor, e no meu pai a Paixão, e vi em ambos a força, e vi nos dois unidos a dedicação e a força inquebrável daqueles que são os maiores amigos que alguém pode ter. E vi os exemplos do que eu posso ser de melhor, e a ter orgulho do que eu sou, sempre me cobrando o máximo possível, pois com exemplos como eles, eu não sou um décimo do potencial que eles me deram.

Atenciosamente, Chakal.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sin




Meu deus não é o que eu quero...
Eu não peço nada a deus, não rezo por nada.
Mas meu deus não é o deus que eu quero.
Eu queria um deus de Ira, um deus de Fúria, Raiva, Rancor e Destruição.
Queria um deus cujo apelido fosse Morte.
Queria um deus que com um simples sussurro fizesse homens explodirem.
Queria um deus vingativo, que trouxesse sobre o mundo uma espada de Vingança,
com chamas que enchessem o coração dos fracos de medo, de pavor, de arrependimento.
E que queimasse, pele e carne se unindo, derretendo em um mar de sofrimento e desespero...
Queria um deus que dobrasse ossos sobre o mundo, cujo olhar fizesse a terra chorar de dor.
Queria um deus cuja passagem trouxesse um fim rápido a tamanha tolice.
Queria um deus que nos limpasse logo da face da terra.

Essa palavra fica ecoando na minha cabeça...
eu não consigo evitar...
Extinção, extinção...
É como uma música, uma luz no fim do túnel, uma fagulha de esperança.
É como uma solução...

Mas meu deus não é o deus que eu quero.
Meu deus faz tudo pacientemente, quase que como um sádico, zombando da minha vontade.
Mas eu sei que não é verdade, ele não liga para mim.
Meu deus não liga para nada disso...
Não é uma força.
Meu deus não é assim.

Mas o caminho está traçado.

Lentamente.

Eu consigo ouvir o canto dos anjos, o caminhar rumo ao abismo.
É lento, mas eu consigo ouvir.
Nada me dará mais prazer.
Cada gene anulado, cada estupidez e prepotência
extinguidas.
É o que eu mais quero.
Ouvir o ranger de dentes, o suave som do quebrar de ossos.
Ver olhos fora das órbitas, cérebros derretidos derretendo.
Ver pedaços de carne sendo arrancados,
víceras sendo extirpadas...
ver cabeças rolando,
sangue irrigando os secos desertos do mundo,
fazendo chover vermelho por meses e anos à fio.
Mas não vai acontecer.

Não assim...

Isso vai ser lento e silencioso,
indolor.
Limpo como um corte seco de papel na pele.

Não vai haver um mar de sangue, gemidos e gritos, pedidos e desespero.

Não... isso vai ser algo gradual, sem ossos se quebrando no processo.
porque meu deus não é o deus que eu quero.

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Atenciosamente, Chakal.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

To go and try...


E aqui estou eu, depois de um longo hiato, lhes escrevendo de novo. Foi mal o lapso, mas eu fiquei tendo diversas ideias de texto e não anotando nenhuma, acabei esquecendo os temas, o que faz de mim uma anta... E agora eu tenho dois. E eles são de certo modo contraditórios. Eu resolvi fazer um texto só para os dois, o que vai ser uma desgraça, sem sombra de dúvidas. Mas aqui vamos nós...

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Você se olha no espelho todos os dias.
Se encara minunciosamente, examina cada pedaço seu.
Cada pedaço de roupa, como ela se dobra sobre suas partes gordas.
Tenta escondê-las.
Você priva o mundo de todos os seus fluidos corporais...finge que eles não existem.
Você se porta como um cavaleiro templário...
ou uma donzela em perigo. Uma princesa esperando para ser salva...
Mas você não é uma...
A maior parte das pessoas age como se fossem filhos de deuses menores,
esperando pelo seu grande destino cair em seus braços,
pelo seu momento de explosão.

Tal coisa não existe.

Você nunca vai ser importante, a não ser que faça algo.
Você nunca vai ser útil, a não ser que se faça útil.
Você é o pedaço de uma grande massa que já nasce morta,
apenas tentando sobreviver como pode, sem se sacrificar,
esperando para se reproduzir caso tenha a chance.
É natural...
Sua mãe pode dizer que você é especial, e dizer como você sempre foi bom com isso ou aquilo, e como conquistou o segundo lugar naquele concurso no seu inglês extra-classe, ou de como ia bem em suas aulas de vôlei e seu professor dizia que você tinha futuro. Ela vai dizer que você é especial, e que é acima de uma média mundial.
Média essa que não existe.

Todos os pais tratam seus filhos como se eles estivessem acima da média.
Mas a maior parte das crianças precisa estar abaixo dela.
Ou ao menos nela, para que exista uma média.
Você pode até se achar importante, mas você não é.
E não me importa quantos pedaços de pizza você come em um rodízio.
No final das contas você vai ser engolido pelo mundo como qualquer outro,
vermes devorando cada pedaço de carne em seu corpo,
dilacerando pequenos pedaços de carne até que sobre apenas uma carcaça inútil.
Não que fosse útil antes...
E você vai ser excluído como simples excremento de verme.

Pare de se achar acima da média.
Se conforme com aquilo que é, nada especial, muito de imbecil.
Perceba isso e se torne algo melhor. Se proponha a ver os erros que comete,
e os erros dos outros, aqueles estúpidos erros que tanto te fizeram pagar,
E NÃO OS FAÇA.
Não importa se é com a mesma pessoa,
você não pode ser estúpido para cometer algo que te machucou com quem quer que seja.
Você pode e deve se vingar. Ela merece sofrer...Nada mais justo...
Mas não com um erro, e sim com um golpe certo.
Não seja mais imbecil do que já é.

Veja os erros que acontecem à sua volta e não os repita.

Se existe vontade, existe um caminho...

Não uma estrada de tijolos amarelos, mas um pântano fechado, um caminho em meio a espinhos,
abismos, feras selvagens e cortes, perfurações, lacerações e muita dor.
Não existe universo conspirando para você.
O UNIVERSO NÃO DÁ A MÍNIMA PRA VOCÊ.
Nunca deu...

Mesmo assim, se existe vontade existe caminho.
Eu posso ser chato e explicar tudo isso, mas se você não entendeu, talvez te falte vontade, ou talvez tenha havido pouca dor.

...Ou talvez você esteja apenas na média...


Particularmente, eu não dou a mínima.
Eu tenho meu próprio caminho para abrir.


-Chakal.





segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

You just can't...

"Você continua esperando.
Você espera a grande chance da sua vida.
Espera aquele telefonema do cara que te fodeu noite passada.
Espera aquele aumento que seu chefe nunca vai lhe dar.
Espera que te compreendam.
Esse é provavelmente o maior erro da humanidade.
Esperar, e não apenas isso, mas esperar que te entendam.
Que entendam o que você quer, o que espera e anseia.
Que entendam principalmente suas motivações, e o real motivo pelo qual você fez ou deixou de fazer aquilo.

esqueça...
Isso não vai acontecer...
As pessoas fortes nunca vão entender a fraqueza das outras.
As pessoas fracas nunca vão entender a coragem das outras...

Naquela situação de desespero, as pessoas tomam medidas desesperadas, e algumas se agarram ao momento, enquanto outras se agarram ao que acreditam. É nesse momento que se definem fracos e fortes, bravos e covardes.

E é justamente aí que os opostos pedem compreensão quando fazem algo agressivo, ou fraco.
Mas isso nunca vai acontecer, porque todos os seres são incapazes de pensar em agir de outra forma que não a que ela agiria naquela situação. E por mais que ela diga que entende, não é verdade. Ela nunca vai enxergar além do que consegue fazer, a não ser que queira ser diferente do que é. E isso não acontece com frequência...

Então por favor, pare de pedir por compreensão e passe a agir como acha melhor, e como a situação pede que seja de fato.
E aprenda a receber as consequências de seus atos como um adulto, ao invés de viver de desculpas e esclarecimentos. Ninguém dá a mínima para eles...
Faça o que tem que fazer, e se não está satisfeito com o que fez, seja diferente da próxima vez, e pare de jogar a culpa nos outros, ou em agir sem pensar...

A culpa continua sendo sua...
apenas sua...
Então me faça um favor e ligue para o cara que te fodeu...ou siga em frente"

Atenciosamente, Chakal.


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Momma Sed - Puscifer



wake up son o' mine
momma got somethin' to tell you

changes come
life will have its way
with your pride, son
take it like a man

hang on son o' mine
a storm is blowin' up your horizon

changes come
keep your dignity
take the high road
take it like a man

listen up son o' mine
momma got something to tell you
all about growin' pains
life will pound away
where the light don't shine, son
take it like a man


suck it up son o' mine
thunder blowin' up your horizon

changes come (changes come)
keep your dignity (keep your dignity)
take the high road (take the high road)
take it like a man (take it like a man)

momma said like the rain
(this too shall pass)
like a kidney stone
(this too shall pass)
it's just a broken heart, son
this pain will pass away

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Everybody... runs


Eu não sou o professor de inglês e nunca fiz aula para ter plena noção da língua, mas se alguém aqui não entende inglês procura um profissional, é sua obrigação saber inglês hoje em dia, e não minha compreender suas limitações...

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One step after another.
One... another one...
just keep that.
Just keep it going.
There's no one else around.
It doesn't matter, just keep doing it.

Don't look at them.
It's just you and the road.

Alone, 

Just run.
Everybody runs.
One step after the other...Just the road.
Listen to your own breathing.
Keep your blood pumping through your veins.
Rise it to hell and up.
Boil your body from the inside.
Burn all your thoughts down.
Just run.
Ignore.
One Step after another.
It's all you need.
Run for your life.
Run all your life.
Fast as you can, feel the wind and keep going.
They are just vultures of emptiness, just a chasm taking human form.
Just keep going, they aren't here to run, to walk.
They're here just to do their social business, their confused mating dance,
crawling like worms.
You are here to forgot this.
To keep an eye on yourself.

That's it.

Just you, yourself and the road.
There's nothing to be afraid of.
You know yourself, and know your enemy.
You have all the weapons you need.
You just need to pull the trigger, and vanish it all away.
One step, another one.
Breathing heavily, going to your limit.
Everybody around thinking that you're weak.
They don't know you.
They don't know that you can run for miles, for eternity.
Just keep running to the edge of your own abyss, to drop and go down at full speed, without blinking, the wind tearing your skin, ripping of your flesh and breaking your bones.

To fall harmless...

Nothing to fear.
You know what you'll find down there.
Just keep running. They just can walk...they can't reach you. Not good enough.
Just run, fell your strength and go on.
Carry on to the final breath...
One step after another.

Just run, smash it all and leave nothing behind, nothing but ashes.
You must run, burn the way, the road below. There's nothing above you, just night and silence.
They're faceless and mute, deaf and blind, they're cripple, just dragging the rest of their own bodies around.

I'm nothing like them, I just run,
Cause everybody runs when someone tells them that they're under arrest.

Everybody that can, runs...

and I can.

domingo, 9 de janeiro de 2011

"Something is rotten in the state of Denmark" and I don't know what to do





Bem, antes de começar, acho que é temporada baixa de comentários e isso me desencoraja um pouco...pode ser que não saia lá grande coisa desse aqui, tendo em vista que meu leitor mais fiel está viajando e anda longe da internet...triste né?
Mas enfim, vamos ao que interessa.

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-Esse cheiro...
-Que tem?
-Você não está sentindo esse cheiro?
-Ah, nem ligue.
-Como nem ligue? É horrível, como você pode não ligar?
-Ah, você se acostuma. Eu moro aqui e durmo aqui todas as noites, sem qualquer problema.
-Você vive aqui?
-Sim. Qual o problema?
-Isso aqui não é uma casa, é um ninho de ratos. E eu não duvido que eu realmente ache um em algum lugar aqui.
-Moça, cuidado com o que diz.
...
-Que horror. De onde vem esse cheiro?
-Qual deles?
-Esse que fede mais.
-Deve ser daquela camisa.
-O que tem ela?
-Eu vomitei nela um dia.
-E não lavou?
-Não.
-Por que não?
-Eu não me decidi.
-Entre o quê e o quê?
-Entre jogar fora e limpar, oras!
-Como 'oras'? Você acha que é óbvio? Óbvio é que você tem que jogar isso fora logo!
-É que eu gosto dela... eu acho.
-Então você devia lavá-la o quanto antes!
-Ah, é que eu não sei se vou usá-la mais.
-Então jogue fora! Por favor!
-Ah...é tão complicado.
-Complicado é respirar aqui dentro!
-Não diga isso.
-Nem consigo me lembrar para o quê viemos aqui...não importa mais, você tem que jogar isso fora.
-Mas e se eu quiser usá-la?
-Então a lave. A gente vai mesmo ficar nesse debate?
-Mas é que...
-O que você quer fazer?
-Eu não sei... eu quero a camiseta, mas não quero lavá-la. Ou eu quero jogá-la fora, mas não quero sentir falta dela.
-Você deveria se decidir.
-Mas é que é tão complicado.
-É só uma camiseta.
-Não é a camiseta é a escolha...
-Então se decida, porque assim como está não pode ficar!
-Porque não?
-Porque não é certo! Quantos anos você tem?
-Então o que eu faço?
-Faça algo.
-Qual das escolhas é a certa?
-Isso pode depender um pouco do que você quer, ou não.
-Então tá. O certo é jogar fora porque ela não tem mais salvação.
-Então faça logo. Por Deus!
-Mas e se...
-E se um carro cair na sua cabeça assim que sair daqui? Você não vai ter escolha. Então aproveita as que tem e faz algo! Que seja decidir não fazer nada! Do jeito que está não pode ficar, você não é um bebê babão que não toma decisões, e a vida está cheia delas, e a sua vida é um emaranhado de consequências das que você tomou até agora, então seja um homem de verdade uma vez faça um favor a essa garota aqui, DECIDA-SE! Você não tem tempo a perder, e se for ficar parado pelo menos que seja por escolha, e não por indecisão. Ninguém vai esperar você se decidir para continuar girando o mundo, então trate de fazer algo. Além do mais, acho que eu vi uma família de ratos embaixo dessa camiseta...


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You know my name - Chris Cornell


If you take a life
Do you know what you'll give?
Odds are you won't like What it Is.

When the storm arrives
Would you be seen with me?
By the merciless eyes I've deceived

I've seen angels fall from blinding heights
But you yourself are nothing so divine
Just next in line

Arm yourself because no one else here will save you
The odds will betray you
And I will replace you
You can't deny the prize it may never fulfill you
It longs to kill you
Are you willing to die?
The coldest blood runs through my veins
You know my name

If you come inside
Things will not be the same
When you return to my eyes

And if you think you've won
You never saw me change
The game that we have been playing

I've seen diamonds cut through harder men
Then you yourself but if you must pretend
You may meet your end


Arm yourself because no one else here will save you
The odds will betray you
And I will replace you
You can't deny the prize it may never fulfill you
It longs to kill you
Are you willing to die?
The coldest blood runs through my veins

Try to hide your hand
Forget how to feel (forget how to feel)
Life is gone
With just a spin of the wheel (spin of the wheel)