"Quando sua realidade particular é desafiada, ela cede à verdade."

What if I say I'm not like the others?
What if I say Im not just another one of your plays?
What if I say I will never surrender?

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dive in thorns

Hoje o dia nasce nublado.
Nuvens por toda parte.
Do jeito que eu gosto.
É fácil caminhar por horas aqui.
Bela vista, sem grandes preocupações.

Hoje é um dia como outro qualquer...
As pessoas caminham, comem, dormem, fazem filhos, morrem.
Em algum lugar do mundo, nesse instante, alguém passa pelo pior momento de sua vida. Enquanto outra tem o melhor instante que ela jamais voltará a sentir.
Nesse momento o mundo continua girando, e no momento seguinte idem.
Nada de novo.

Hoje é um dia de sofrimento, de angústia, um dia de poucas palavras, um dia de felicidade, e abraços, de sorrisos e recados.
Um dia de palavras cortadas, de sentimentos forçados, mas de alegria e amor, vai de pessoa à pessoa.
Poucas palavras significam muito em certos casos, e muitas podem não dizer porcaria nenhuma.

Hoje é um dia em que eu posso justificar meus atos com justificativas que nada justificam,
ou posso me dar ao trabalho de não ter nada preparado.
Hoje é um dia que me serve de desculpa por si só, mas eu nunca fui de ligar muito.
Então eu não me contento com isso.
Hoje é um dia igual outro qualquer, e em algum ponto do mundo, alguém está sendo esfaqueado, pensando em sua família, dando seus últimos suspiros, se afogando em seu próprio sangue, provavelmente juntando os fatos do que acabou de acontecer, sentindo um frio percorrer sua espinha, sentindo uma dor excruciante e ao mesmo tempo não sentindo nada, enquanto alguém me dá os parabéns sem eu ter feito nada.

153.000 pessoas morrem por dia, 6.400 por hora, 107 por minuto o que corresponde a quase 2 mortes por segundo. Do outro lado do mundo alguém sofre enquanto me dizem que esse é meu dia.

Hoje é um dia de trabalho, um dia de encontro, e um dia de solidão.
É dia de olhar para pessoas que nem sabem como você é, e que não te entendem, nem nunca vão. Que muitas vezes desistem da lógica e se recusam a ver um mundo diferente. Não sou o homem das verdades, mas no "meu dia", eu queria que as pessoas prestassem atenção nas coisas que fazem e dizem, bem como no que deixam de fazer e dizer.

Hoje é um dia comum, com pessoas traindo, fodendo, gemendo, chorando, gargalhando, despejando flores sobre túmulos, e recebendo flores em maternidades. Hoje é um dia comum, e pode ser o seu último, ou pode ser o momento que vai definir seu último, e nenhuma escolha vai ser deixada para amanhã se não for tomada agora. Nada vai parar ou mudar porque hoje é seu dia, ou o meu.

Hoje é um dia comum, e se reclusar não vai ajudar ninguém em nada.

Hoje é um dia comum, e você pode dizer que está disposto a pagar o preço de certas escolhas, mas você não vai pagar esse preço agora, então só vai saber se está disposto a pagar quando vierem cobrar. Não se disponha a riscos que você não consegue aguentar. Não dê um tiro se não está preparado para tomar outro...

Hoje é um dia comum, e você faz parte de algo muito maior, sem nunca fazer parte de nada. Hoje é um dia comum, cercado de pessoas comuns, de situações comuns, de medos comuns, e de besteiras comuns.

Hoje é um dia comum, para pessoas comuns.

Hoje é um dia comum, e alguém do outro lado do mundo está morrendo nesse exato instante, enquanto aqui as pessoas insistem em dizer que o dia é meu.




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Atenciosamente, Chakal.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Go and cry



Alguém está pisando em você.
Eu não sei se você percebeu.
Ou se simplesmente ignorou...
Mas alguém está pisando em você.
Faz pouco tempo, mas aparentemente você já se esqueceu.
Vocês têm uma expressão para isso...
...
Perdoar!
Isso!
Perdão.
É isso que você fez?
Você perdoou a pessoa que te pisou?

Por quê?
Qual a razão de perdoar?

Eu?
Não, eu não sou frio.
Eu sou bastante sensível na verdade.
É exatamente por isso que eu não vou perdoar nem esquecer.
Porque eu não estou disposto a sofrer isso de novo, a passar por isso de novo.
A ter um desgraçado estragando alguma parte da minha vida por eu ter dado confiança demais, ou ter esperado demais dessa pessoa.
Porque ninguém que não faça parte importante da sua vida pode te machucar.
São somente as pessoas pelas quais você tem apreço que podem te machucar.
São somente elas que têm importância, e são justamente elas que vão te ferrar.

Você vai ver... cedo ou tarde isso vai acontecer.

E aí?
Vai deixar passar?
Vai se vingar?
Te ensinaram que isso também é ruim, não é?
Então só te resta perdoar.
E é isso. Esse é o fim de toda a história.
Você vai perdoar e tudo vai ser esquecido.
Como se nada tivesse acontecido.
Mas a ferida continua dentro de você.
Você consegue sentí-la doendo, até mesmo sangrando.
E então?
Perdoar é o bastante?
E essa raiva que você sente sempre que se lembra?
E essa angústia por justiça, essa vontade de continuar falando até a pessoa ter realmente pagado pelo erro?
É tão bom perdoar, e mesmo assim você continua sofrendo?
Por quê?
...

Por que perdoar?

Você não é Deus, Jesus, ou qualquer outro ser de luz e bondade.
Você é um ser humano, não é obrigado a perdoar ninguém.
E isso não é uma falha, não a meu ver.
Você precisa seguir com sua vida e matar as suas dores.
E não é egoísmo.
É lógica.
Bater em quem te bate não é um crime, é auto-preservação.
A não ser que você seja burro.
Quem dá um soco tem que estar preparado para tomar um.
Então porque perdoar?
É dar a chance para que as outras pessoas continuarem te pisando.
E não me venha com não, não é, porque é.
Assim que uma pessoa percebe que você esqueceu ela baixa a guarda para os próprios defeitos,
e então tudo se repete.
Perdoar é para os fracos, os fortes encaram suas dores de frente.
Perdoar é esquecer, passar por cima, é permitir que a pessoa tenha outra chance, de fazer de novo.
Você não precisa perdoar tudo, o mundo não dá a mínima.
Perdoar é esquecer, e esquecer é para os burros.

Eu não esqueço, não perdôo e assumo meus erros, bem como faço questão de te lembrar dos seus.


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I'm Not Jesus - Apocalyptica (participação Corey Taylor)


Dirty little secret,
Dirty little lies.
Say your prayers and comb your hair,
Save your soul tonight.

Drift among the faithful,
Bury your desires.
Aberrations fill your head,
You need a place to hide
And I am...

Do you remember me?
And the kid I used to be?
Do you remember me?

When your world comes crashing down
I want to be there.
(If God is looking down on me)

I’m not Jesus,
Jesus wasn’t there!

You confess it all away,
But it don't mean shit to me
(If God is looking down on me)

I’m not Jesus,
I will not forgive!


No I won’t!
No I won’t.

I thought you were a good man,
I thought you talked to God.
You hippocratic, messianic, child abusing-turned-satanic.

Do you remember me?
Do you remember me?
And the kid I used to be?
Do you remember?

Do you remember?

When your whole world comes undone,
Let me be the one to say:
(If God is looking down on me)

"I’m not Jesus,
You can’t run away!"

And the innocence you spoiled
Will find a way to live.
(If God is looking down on me)

I’m not Jesus
I will not forgive!


I will not forgive.
I won’t be whatever you wanted.
I will not forgive.
I won’t be whatever you wanted.

Do you remember me?
And the kid I used to be?
Not the same as I used to be!
Oh, do you remember my name?

When your world comes crashing down,
I want to be there
(If God is looking down on me)

I’m not Jesus,
Jesus wasn’t there

You confess it all away,
But it don't mean shit to me!
(If God is looking down on me)

I'm not Jesus,
I will not,
I’m not Jesus,
I will not forgive!

Oh, I will not forgive, yeah yeah!
No, I will not forgive!





terça-feira, 26 de outubro de 2010

A fire burns today...

Deus!
Não, espere! Não diga o nome em vão!
Alguém pode te ouvir.
Diga seu nome em vós alta.
Alguém pode te ouvir.
É preciso saber.
Um estalo.
Um chiado.
Uma voz eletrônica sai do alto-falante na esquina da rua suja onde fica sua casa.
Ela te diz o que fazer.
Ainda bem...
Você não precisa mais questionar sua decisão.
Ela já foi tomada.
Não foi por você, mas quem liga?

Ajoelhem-se, fiquem de pé, sentem-se, façam o sinal... apenas um sinal, acima, abaixo, para um lado e para o outro... cumpra seu papel na dança...agora fale.
Não!
Não fale ainda, ainda não é sua vez!
Tudo tem sua hora.
Existe um lugar melhor que esse.
Não se preocupe, esse mundo é passageiro, amanhã estaremos em um lugar melhor.
Acredite nisso, se apegue.

ACREDITE!

Não se preocupe com o que faz aqui, é só um mundo material, com gente aos pedaços, se arrastando por aí, sem se preocupar com o que fazem, porque esse mundo é passageiro, é o outro que conta. Então vá em frente, cometa todos os pecados aqui, e se confesse. Peça desculpa a todos os seus deuses, amigos, conhecidos e desconhecidos. Sinta sua alma mais leve, e volte para a sua casa. Agora está tudo em ordem. Alguém te disse que está tudo bem, que vai ficar tudo bem.
Alguém sempre diz.

Alguém te disse o que fazer, te disse como pensar, te disse o como fazer, te disse como dormir, como acordar, como escovar os dentes, como amarrar seus sapatos, o que beber,
te disse o que comer, quem comer. Te disse do que gostar, do que não gostar; te disse que não existe certo ou errado, e que existe certo ou errado. Te ensinou como ser a maioria é legal, e como ser a minoria também é legal. Te ensinaram a ter raiva, e a não fazer nada com ela, porque é um sentimento ruim, que deve ser reprimido. O mundo é amor, e todo amor aqui é recompensado com uma vida póstuma agradável e sensível.

É isso, te disseram, e você está indo, em frente, sempre em frente, com todas as desculpas que inventaram, e todas as frases já feitas, sobre o que é ser adulto e o que não é, sobre tudo que você deve fazer e ser, e principalmente não ser.

Mas está tudo bem, pois todos se amam, e ao final de tudo, vai dar tudo certo.
Porque alguém disse que vai...

Então se guarde, se resguarde, pois o mundo novo está vindo, não nessa vida, mas ele está vindo!

Eu só tenho uma pergunta...se não é para esse mundo que você dá o seu melhor, para qual é?
Oh, é claro, como eu pude esquecer, tem esse outro mundo vindo, não é?

Me desculpe, Senhor...


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Antes que alguém diga que eu me contradisse, esse texto não é criticando a fé de qualquer pessoa, sentimento que eu admiro e respeito. Eu não estou criticando essa forma de pensamento, e nem a oposição a ela. Eu respeito todas as formas de religião e de não religião, assim como guardo a minha para mim mesmo e àqueles que me perguntam. Esse texto é sobre uma outra coisa, mas se você não entendeu é porque alguém esqueceu de te dizer alguma coisa, e infelizmente, não vou ser eu a fazer.

Atenciosamente, Chakal.


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East Jesus Nowhere - Green Day

(*radio stations and static)
And we will see, how godless of a nation we have become!


Raise your hands now to testify
Your confession will be crucified
You're a sacrificial suicide
Like a dog that's been sodomized
(Stand up!) - All the white boys
(Sit down!) - And the black girls
(Stand up!) - You're the soldiers
(Sit down!) - Of the new world

Put your faith in a miracle
And it's non-denominational
Join the choir we'll be singing
In the church of wishful thinking

A fire burns today
Of blasphemy and genocide
The sirens of decay
Will infiltrate the faith fanatics

Oh bless me Lord for I have sinned
It's been a lifetime since I last confessed
I threw my crutches in the river
Of a shadow of doubt
And I'll be dressed up in my Sunday best

Say a prayer for the family
Drop a coin for humanity
Ain't this uniform so flattering?
I never asked you a God damned thing

A fire burns today
Of blasphemy and genocide
The sirens of decay
Will infiltrate the faith fanatics

Don't test me
Second guess me
Protest me
You will disappear

I want to know who's allowed to breed
All the dogs who never learned to read
Missionary politicians
And the cops of a new religion

A fire burns today
Of blasphemy and genocide
The sirens of decay
Will infiltrate the inside


domingo, 3 de outubro de 2010

Doomsday

Eu vou falar de política, mas não é nada de mais. Mesmo assim, é política, e como todo bom brasileiro você deve estar correndo, fechando a página, fingindo que não leu nada.
É, eu sei...
Mas eu vou falar mesmo assim, porque, na boa, se você não se interessa, você merece estar morto.
Bem morto. A culpa disso tudo também é sua.

Eu não estou aqui para dizer que se as pessoas soubessem votar, ou soubessem o que fazer, tudo estaria bem. Não, nem de longe estaria. Primeiro porque a política no mundo é uma rede intrincada
e cheia de rodeios aos quais nem nós temos acesso. E segundo porque as pessoas são um lixo natural, então é uma mentira desgraçada dizer que tudo vai ficar tudo bem se a gente melhorar a política, e não melhorar o que somos.

Mas bem. Hoje é o dia. Eu nem posso escrever sobre isso em dia de eleição eu acho, mas quem liga? Ninguém importante lê isso mesmo.

Então, como eu dizia, hoje é o dia. Hoje é o dia do Juízo Final, o dia em que os mortos se levantarão e em que Hades e a Morte entregarão todas as almas para Deus e Jesus vai voltar a terra e fazer o limpa geral na galera. Vai mandar grande parte se ferrar e um pequeno grupo com uma passagem sem paradas direto para o paraíso. Uma grande parte vai sofrer alguns séculos ou milênios e depois vai garantir a entrada no Condomínio Fechado de Luxo Residencial Jardim do Éden. Eu tenho minhsa dúvidas quanto ao dia de hoje. Eu sei quem vai ganhar, eu não sei é se a gente vai arder direto no inferno, ou se vai para o purgatório sofrer pelos próximos 8 anos. Ou pelo resto das nossas vidas.

Eu acredito na educação das pessoas, e acredito que se você, sentado na frente desse computador entediado com esse texto, não gosta de política, a culpa é da educação. Eu acredito que grande parte das coisas que acontecem nesse país é por conta de uma educação primária pífia, de uma base que produz e solta na sociedade uma massa de gente burra, retardada, que só consegue amarrar os cadarços sozinhos e dizer palavras de até três sílabas. Em uma frase pré-elaborada uma de quatro até vai, uma vez ao ano.
Mas parece que letras e números não agradam nem políticos nem pessoas comuns, e a gente vai continuar com essa síndrome de país subdesenvolvido, maniqueísta, esquerdista, pobre, burro e retardado.

Mas pelo menos a gente é bonitinho e gente boa né?
Hoje é o dia, e eu infelizmente não consegui minha passagem só de ida para o Canadá...

...é hoje.

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Antes que alguém comece a me dizer que eu estou errado, ou a pensar que eu também não faço nada...eu fiz o que a maior parte das pessoas não faz, sem dúvida. Eu transferi o meu título de eleitor para São Paulo para poder votar aqui, para ter a dignidade de reclamar. E eu faço coisas dentro da faculdade que não dizem respeito à ninguém mas que eu tenho a plena confiança que são muito úteis. Eu estou extremamente decepcionado com a situação atual, e principalmente com as pessoas que eu conheço e que não estão se dando ao trabalho de fazer qualquer coisa que seja, qualquer coisa, que seja anular o voto, mas de comparecer e fazer algo de útil, ao invés de justificar a sua própria incompetência e incapacidade de cobrar um direito que é nosso. E eu estou decepcionado de ver que o Brasil, o conjunto de linhas imaginárias em que moramos, ainda vive na Guerra Fria e acha que ser de esquerda e se mobilizar de qualquer jeito já é útil. A gente não vive em um mundo polarizado e nem em ditadura, então a conversa é o melhor jeito de resolver as coisas, e não greve ou movimentação estudantil por libertinagem, digo, por liberdade...principalmente pelos motivos que dão hoje.

Se você concorda ou participa de qualquer coisa dessas, por favor, pare de ler meu blog, eu não preciso de você. E se você não faz nada, qualquer coisa que seja para fazer algo mais útil, sai dessa cadeira e vai fazer algo que preste, que seja se matar, porque o mundo não precisa de você se você não quer ser útil.

P da vida, Chakal.

Ænema
- Tool


Some say the end is near.
Some say we'll see armageddon soon.
I certainly hope we will.
I sure could use a vacation from this

Bullshit three ring circus sideshow of
Freaks

Here in this hopeless fucking hole we call LA
The only way to fix it is to flush it all away.
Any fucking time. Any fucking day.
Learn to swim, I'll see you down in Arizona bay.

Fret for your figure and
Fret for your latte and
Fret for your hairpiece and
Fret for your lawsuit and
Fret for your prozac and
Fret for your pilot and
Fret for your contract and
Fret for your car.

It's a
Bullshit three ring circus sideshow of
Freaks

Here in this hopeless fucking hole we call LA
The only way to fix it is to flush it all away.
Any fucking time. Any fucking day.
Learn to swim, I'll see you down in Arizona bay.

Some say a comet will fall from the sky.
Followed by meteor showers and tidal waves.
Followed by faultlines that cannot sit still.
Followed by millions of dumbfounded dipshits.

Some say the end is near.
Some say we'll see armageddon soon.
I certainly hope we will cuz
I sure could use a vacation from this

Silly shit, stupid shit...

One great big festering neon distraction,
I've a suggestion to keep you all occupied.

Learn to swim.

Mom's gonna fix it all soon.
Mom's comin' round to put it back the way it ought to be.

Learn to swim.

Fuck L Ron Hubbard and
Fuck all his clones.
Fuck all those gun-toting
Hip gangster wannabes.

Learn to swim.

Fuck retro anything.
Fuck your tattoos.
Fuck all you junkies and
Fuck your short memory.

Learn to swim.

Fuck smiley glad-hands
With hidden agendas.
Fuck these dysfunctional,
Insecure actresses.

Learn to swim.

Cuz I'm praying for rain
And I'm praying for tidal waves
I wanna see the ground give way.
I wanna watch it all go down.
Mom please flush it all away.
I wanna watch it go right in and down.
I wanna watch it go right in.
Watch you flush it all away.

Time to bring it down again.
Don't just call me pessimist.
Try and read between the lines.

I can't imagine why you wouldn't
Welcome any change, my friend.

I wanna see it all come down.
suck it down.
flush it down

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Death...

Pedaço de merda.
Ao final, é o que somos.
Um grande e malcheiroso pedaço de excremento.
Talvez vivos também sejamos, mas sem dúvida ao morrermos.
Ninguém sabe quando há de vir.
E nós continuamos mentindo para nós mesmos, dizendo que vai ficar tudo bem.
Nada nunca fica bem.
Que dirá tudo.
Desista.
Desista de dar desculpas, de dar esperanças para a vida vazia e congelada que você leva.
Você não vai ter outra chance.
Quanto tempo você já jogou fora? 18, 20? 30, 40 anos?
Quantos anos você tem?
Quantos ainda tem?

Você vai morrer.
Cada pessoa da sua vida vai morrer.
E na sua morte, aquelas que ainda não se foram vão te ver. Pessoas que não derramarão uma lágrima por você.
A maioria sem dúvida.
A maioria estará cumprindo um protocolo.
A maioria nem te conhecia de verdade.
Não sabem um nada sobre você, mas estão lá, velando seu corpo gelado,
imaginando o que faziam enquanto ele estava quente.
Ou o que vão fazer quando ele começar a apodrecer.

Ninguém vai sentir sua falta.
Digo, uma ou duas pessoas.
Seus pais se ainda estiverem vivos nesse momento.
Sua prole, talvez.
Mas ninguém além de pessoas que ligaram profundamente vidas sentem a falta de outra pessoa.
Seus amigos se reunirão para cantar e beber em seu nome.
Mas não existe mais um nome para ser cantado.
Dirão que foi de repente. Mas eles não estavam lá antes.
Dirão que você está olhando de cima e rindo.
Mas você não está. Você está enterrado sob quilos de terra, com vermes devorando cada pequeno pedaço seu que eles conseguirem engolir.
Dirão que se você estivesse lá...
mas você não está.
Você está morto, e amanhã todos voltam ao trabalho.
E o pequeno espaço vazio que você ocupava vai dar lugar a um esporte, uma caminhada,
um jogo qualquer, ou uma hora e meia a mais de sono uma vez por semana.


O dia da sua morte vai ser o melhor dia da vida de alguém.

A Terra não vai parar um segundo sequer para chorar pelo filho perdido.
Você é uma mosca em um universo de carne podre,
tentando engolir mais um pedaço antes que suas asas se cansem e você caia.
Mas você já caiu.
Você não abriu uma ferida incurável na vida de ninguém.
Você não deixou seu nome gravado em ódio na mente do seu inimigo.
Você não foi nada além de um bom amigo, um bom pai, um bom marido, um bom pedaço de nada.
Você não mudou o mundo de alguém, você não fez qualquer pessoa que for ver a realidade.
Você não fez qualquer pessoa se orgulhar de si mesmo, e seguir em frente.
Você não fez ninguém crescer.
Você não cresceu.
Retire toda a terra de sobre seu corpo.
Arranhe e quebre a madeira de seu caixão.
Atravesse as lascas de madeira na sua carne,
abra e deleite-se.
Veja o feto dentro do seu túmulo, veja todo o crescimento de que foi capaz.
uma massa amorfa de um projeto.
O que um dia poderia ser um humano, e morreu aos 30 ou 40,
sendo pouco mais que um verme.

Você não fez nada de útil da sua vida,
jogou-a fora como se tivesse todas as chances do mundo.
O tiro já foi dado, e a roleta sempre tem uma bala apenas.

Você não mudou a vida de ninguém.
Só deixou mágoas, rancor. Eles foram esquecidos, ao morrer todos se tornam santos.
Pegue o santo e ponha fogo.
Para mim você pode estar morto, mas os seus erros estão bem vivos e alguém aí fora
ainda paga por eles.
Morte não é redenção para ninguém.
Você não fez nada para ser perdoado.
Você não ajudou ninguém,
Você não foi a vida de ninguém,
Você não foi o apoio de ninguém,
...

Você não destruiu mundo algum...

Mas você não está morto, está?
Não ainda, não é?
Você ainda não respirou pela última vez...
Seu coração ainda bate e seu sangue ainda é quente.
Você não está morto.

Mas então que porra você está fazendo aí sentado?


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Desculpem os palavrões, mas eu achei necessário.
Por hoje é isso aí.

Atenciosamente, Chakal.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Life...

Eu não sabia o que escrever...
Eu não sei se tinha o que escrever...

A vida às vezes parece uma tormenta na sua frente,
e você odeia estar em meio àquela tempestade,
Resolvendo cada novo problema que surge,
cada nova onda que se ergue ameaçadora contra seu navio.
Às vezes ela parece uma calmaria, e não adianta levantar suas velas,
estendê-las até o ponto mais alto do céu.
Às vezes nada disso é o suficiente para fazer seu barco sair,
e seus ossos se transformam em areia pelos séculos esperando um vento.
E quando o vento finalmente vem, vem forte demais, e bem, isso já foi dito antes.

(...)

A verdade é que eu não tenho mesmo sobre o que escrever...
Normalmente eu não escreveria nada, mas eu estou com muita vontade de escrever algo...
Desculpem-me por isso.
Digo, um escritor que não tem capacidade de escrever sempre não pode, em primeiro lugar
tentar ganhar a vida com isso. Caso contrário ele morreria de fome. Não tenho planos nessa área,
pelo menos não algum ambicioso, que gire em torno de dominar o mundo com a escrita, e sequer me manter vivo com o dinheiro da escrita...
Bem, eu não sou um escritor profissional. Sou apenas um cara que se dispõe a explicar as ideias que tem.
Pois seguindo isso, eu não tenho a obrigação de falar bem aqui sempre,
e com certeza eu não o fiz...
Eu deveria porém, respeitar vocês e privar os que estão lendo esses textos, esses pedacinhos de nada, excertos inúteis e sem sentido, escrevendo somente quando eu tiver algo realmente interessante para falar. Mas não, eu precisava escrever, ver se eu conseguiria produzir algo útil para vocês..
E aqui estou eu, sem parar um segundo na digitação dessas linhas desconexas.

Meu nome é Igor Vinícius Teixeira, mas meu nome de verdade é Chakal.
Eu ganhei o apelido de uma prima devido ao meu comportamento pouco sociável e ele pegou.
Eu tenho 20 anos, nunca pesei mais de 60 quilos e curto sarcasmo, metáforas e analogias. Isso é tudo que você vai saber sobre mim sem qualquer dúvida ou incerteza pelo resto da sua vida. Não que você queira saber algo mais. Mas isso não é mesmo importante. E se você não sabe o que é uma metáfora e uma analogia eu não sei como você conseguiu ler meus textos até então. A não ser que seja seu primeiro texto. Se for esse o caso, então tudo bem...

O nome do blog, Das Heulen, que vem do alemão e quer dizer O Uivo, é uma referência direta ao meu apelido. A imagem, um desenho meu, se identifica com o título do blog. A frase
"Quando sua realidade particular é desafiada, ela cede à verdade." é de um escritor inglês chamado Will Self, que eu recomendo firmemente. Ela explica bem a minha proposta no blog. Romper conceitos, ideias, senso comum e coisas do tipo. Não sei se consigo, mas eu tento.

As frases abaixo da escrita por Will Self são de uma música da banda Foo Fighters, chamada The Pretender. Ela é auto-explicativa...

Poucos ou ninguém reparou que tem uma frase em cima do desenho, "Shouldn't have to say it all again". É um pequeno trecho da música Vicarious, da banda Tool e expressa o que eu realmente acho. Nada disso que eu digo aqui precisava ser dito, mas alguém tem que tomar as pedradas porque as pessoas não sabem fazer o óbvio. Não estou falando de vocês. Ou talvez esteja.

Eu comecei esse blog como sugestão da Lalah, do blog Little Lost Girl. Eu gostei da ideia, e vocês já sabem a culpada disso tudo.

Eu esperava que algo de útil saísse desse post, mas pelo visto não vai.
Meu momento de ímpeto e de perspectiva não rendeu o que eu esperava aqui no blog.
O texto do início não tem a ver com o fim...
desculpem por isso também.
Esse tipo de texto nunca mais vai acontecer, então eu peço que esse um não os afaste de todos os outros. A não ser que você tenha lido os outros, e mesmo assim desistiu de ler o blog. Se for esse o caso, então tudo bem.


Esse texto já está grande demais...

Atenciosamente, Chakal.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Destino Ideal.

Eu simplesmente não me interesso pelo que você diz...
não porque você não tem nada para dizer ou porque eu não dou a mínima.
Não é isso...
Eu realmente me importo, eu realmente quero saber o que é.
Quero tanto que não me interesso pelo que você diz...
Porque você pode mentir.
Não estou dizendo que vai, mas existe uma grande possibilidade.
Não estou te chamando de mentiroso. Não que você não seja um.
Mas não quero dizer que você não ache que é verdade.
Ao menos não quando diz, entende?
O que estou querendo dizer é que, no momento em que você diz
que vai ou que não vai fazer algo,
você tem plena consciência de que você vai cumprir o que diz.
Mas isso não quer dizer nada.

Isso só vai ter validade quando você for posto contra a parede com um cigarro na boca e uma faixa nos olhos, ouvindo o estalido dos rifles e o "preparar, apontar...".
É nessa hora que as coisas se mostram.
É nessa hora que você entrega até a sua mãe, seu pai, seus irmãos...
é nessa hora que o que diz ganha forma, ou foge em desespero.
É nessa hora que aquilo que você disse se divide. Em um mundo verdade, no outro, uma mentira superficial dentre outras tantas.
O que eu quero dizer é que eu não dou a mínima para o que você diz.
Eu ligo para o que você faz.
Não me interessa se você diz que nunca vai fazer algo, pois quando a chance aparece é que o pecador se mostra.

Você pode dizer e me mostrar todos os seus ideais limpos e enfileirados em prateleiras,
mas eles não são realmente seus se você não os põe à prova e não os defende.
Eles não passam de palavras anexadas a sentimentos e pensamentos sem sentido quando
não são postos em meio ao fogo e em frente à tentação.
É nessa hora que se definem os homens... e os mortos.


Então desista, seus esforços são inúteis.
Isso aqui é uma guerra, e você não vale um pingo de nada se você não tem coragem de puxar o gatilho.
Você não passa de excremento e sangue se você não consegue se apoiar sobre as suas palavras.
Você não passa de lixo morto, se tudo o que você diz não passa de uma mentira e uma desculpa, um jeito divertido e descompromissado de levar a vida...suas palavras são uma mina terrestre na qual você pisou e vai explodir a qualquer instante. Você é uma ideia copiada, uma caixinha fechada e pronta para ser vendida, uma fórmula já feita, porque você não sabe pensar, então alguém tem que fazer isso por você.

O que você diz não diz nada, suas palavras são gritos mudos em meio às explosões de bombas e morteiros.
O que eu quero ver é o estrago que o seu tiro consegue fazer...



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Joy Division - Dead Souls


Someone take these dreams away
that point me to another day
A duel of personalities
That stretch all true reality

They keep calling me
Keep on calling me
They keep calling me
Keep on calling me

When figures from the past stand tall
and mocking voices ring the hall
Imperialistic house of prayer
Conquistadores who took their share

They keep calling me
Keep on calling me
They keep calling me
Keep on calling me

Calling me, calling me




Pessoalmente, devo dizer, eu prefiro a versão do Nine Inch Nails dessa música...

Atenciosamente, Chakal.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

...A...

Não é uma questão política...
nem social, de defesa ao próximo ou qualquer que seja,
é uma questão sobre a minha vida...
Eu não escolhi as coisas nas quais acredito
para atear fogo em alguma coisa,
ou para ser contrário a tudo e todos.
Eu não escolhi isso para ser um problema e trazer para mim os holofotes.
Eu escolhi por que me incomoda o contrário, em grande parte.
Eu escolhi esse caminho porque eu acredito no certo e no errado.
E eu quero fazer as coisas certas.
Eu escolhi isso porque me consome toda a raiva que eu já senti.
E o ódio ao saber que eu estava certo e mesmo assim...
MESMO ASSIM...nada pôde ser feito.
Por que não era à vista dos outros que eu estava errado,
o problema não era esse.
O problema é a pessoa errada não pagar pelo erro.
Simplesmente por que ela tem Poder.
É o poder que desequilibra tudo.
É ele que traz peso em uma balança onde apenas os fatos deveriam pesar.
É ele que sobrepõe toda e qualquer atitude, correta ou não.
E é quem está certo que paga por isso...

É por isso que me oponho a qualquer contraponto desnivelado.
e não por qualquer motivo que seja.
Eu me oponho porque estar certo deveria calar todos os errados.
Deveria subjulgar qualquer outra opinião ou posição contrária,
se, e apenas se frente aos fatos ela se fizer inútil.

É por isso que me oponho,
porque existem pessoas acima das leis,
acima de Justiça,
acima de certo e errado,
e essas pessoas devem cair.

Não é porque eu quero igualdade.

Não somos todos iguais.
Alguns são incapazes de ser algo decente.
A maioria sem dúvida.
Não é pela igualdade,
é pelo direito,
é pelo certo,
é pela possibilidade de estar certo,
é porque meu sangue é vermelho como o seu,
e sua cabeça suporta exatamente o mesmo golpe que a minha.
A mesa é redonda e qualquer um em cima dela deve ter os pés cortados.
Porque todos podem estar certos, e todos podem estar errados,
mas estar certo torna tudo diferente.
Existe mais entre isso, mais do que certo e errado,
mas quando existe...
Bem, quando existe então a esperança já se foi e restam apenas desculpas, não?


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Capital G - Nine Inch Nails


I pushed the button and elected him to office and a
He pushed the button and he dropped the bomb
You pushed the button and could watch it on the television
Those motherfuckers didn't last too long

I'm sick of hearing about the "have's" and "have not's"
Have some personal accountability
The biggest problem with the way that we've been doing things is
The more we let you have the less that I'll be keeping for me

Well I used to stand for something
Now I'm on my hands and knees
Trading in my god for this one
And he signs his name with a capital G

Don't give a shit about the temperature in Guatemala
Don't really see what all the fuss is about
Ain't gonna worry about no future generations and a
And I'm sure somebody's gonna figure it out

Don't try to tell me that some power can corrupt a person
You haven't had enough to know what its like
You're only angry 'cause you wish you were in my position
Now nod your head because you know that I'm right... alright!

Well I used to stand for something
But forgot what that could be
There's a lot of me inside you
Maybe you're afraid to see

Well I used to stand for something
Now I'm on my hands and knees
Trading in my god for this one
And he signs his name with a capital G




quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Burning

Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir desculpas por não ter lido nem comentado os blogs que eu gosto de acompanhar, não tive tempo desde que voltei para São Paulo...
Como alguns de vocês provavelmente sabem, eu gosto bastante de um seriado chamado House...mas não é sobre isso que vim falar. O que vim postar hoje é bem simples e serve para me policiar e não abandonar o blog como fiz antes. A relação disso com o seriado é que o ator Hugh Laurie, que dá vida ao protagonista que dá nome à série fez o que a maioria das pessoas faz, escreveu um livro. O que ele não fez foi escrever um livro sobre sua vida, sua carreira e coisas do tipo. Ele escreveu um romance, e dos bons. Muito bom, aliás. Se alguém se interessar, o nome do livro é O Vendedor de Armas. Segue um trecho interessante do livro, que diz algo do que eu digo sobre reclamar de algo mas não fazer nada a respeito...



" (...) A oportunidade de dormir em minha própria cama era a única coisa boa de tudo isso. Então caminhei a passos largos por Bayswater e, enquanto caminhaava, tentei ver o lado engraçado da coisa.
Não era fácil, e não sei se consegui fazer direito, mas é algo que gosto de fazer quando as coisas não vão bem. O que quer dizer que as coisas não vão bem? Comparado com o quê? Você poderia dizer: comparado com as coisas há umas duas horas, ou talvez há uns dois anos. Mas não é isso que eu quero dizer. Se dois carros estão indo em direção a um muro e eles não têm freio, e um deles bate no muro um pouco antes do outro, você não pode passar aqueles momentos dizendo que o segundo carro está bem melhor que o primeiro.

Morte e desastre estão sobre nossos ombros a cada segundo de nossas vidas, tentando nos acertar. A maior parte do tempo eles erram. Muitos quilômetros sem uma colisão central. Muitos vírus passam por nosso corpo sem nos atacar. Muitos pianos caem um minuto depois de você ter passado. Ou um mês depois, não faz diferença.

Então, a menos que a gente se ajoelhe e agradeça cada vez que um desastre não nos acerta, também não faz sentido reclamar quando ele acerta. Nós ou qualquer outra pessoa. Porque não estamos comparando ele com nada.

E, de qualquer forma, estamos todos mortos, ou nem nascemos, e toda a vida é na verdade um sonho.


Pronto. Viu só? O lado engraçado da coisa."




Por hoje é isso, volto em breve.

Atenciosamente, Chakal.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Rebirth

Muito tempo sem escrever, tempo até demais...
Troquei as férias de lugar e fiz das minhas férias escolares o tempo do blog, isso não vai se repetir, mas esse semestre eu não pude impedir, então desculpem-me pela ausência, aqueles que ainda se disporem a ler, não vou ser longo, já que vou traduzir para o inglês para postar no meu DeviantArt também. Enfim, vamos às vias de fato.

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Você acha que vai ser o quê?
Daqui 10 ou 20 anos?
E no momento de sua morte?
O que vão dizer?
Bom amigo, bom pai, bom marido, boa mulher?
Apenas?
Você espera que nesse tempo toda sua vida seja uma festa?
Vai viver como se fosse sempre o último dia de sua vida?
E se esse não for o último dia de sua vida?
E se o amanhã vier te cobrar?

A vida não é um parque.
Você não pode ser burro,
ser idiota, inconsequente,
inocente, impulsivo e só.
A vida não é uma força,
se você for legal ela não vai te dar tudo em dobro.
Se Deus ou qualquer outra força existe,
ele tem problemas maiores com o que lidar.
Você não pode esperar que alguém,
quem quer que seja, resolva seus problemas.
RESOLVA SEUS PROBLEMAS.
A vida não vai resolvê-los porque você foi caridoso,
porque agiu corretamente e foi um bom filho.
A vida não é boa, não é justa, não é uma recompensa e nem uma benção.
Ela é provavelmente o maior martírio de toda a sua existência.
Então corra, se esconda, fuja, grite, chore, se mate.
Ou então lute, sofra, se rasgue, mate, torture,
e faça o que puder para se manter vivo em um único pedaço.
Você não pode se dar ao luxo de errar e esperar piedade.
Você não pode perdoar a todos,
Você não pode deixar todos os erros passarem.
Os seus ou os dos outros.
Você não tem tempo para correr do que acredita,
fazer as coisas do jeito errado.
Não é tempo de dizer que não existe certo ou errado.
Alguém vai te cobrar, e aquele que estiver certo vai estar com uma máscara preta, um machado em seu pescoço, e seu sangue sob os pés dele.
Você não tem tempo para errar, nem de se iludir.
Se mantenha em pé, corra, respire, tire do mundo tudo o que puder.
Arranque dele o máximo que puder.
Deixe seu nome nos ouvidos dos outros, não o leve com você.
Deixe um rombo na vida de todos, abra uma ferida que nunca se fechará.
Marque o mundo com algo que fez.
Respire fundo.
Sinta o sangue em suas veias...
Sinta o pulsar forte.
Sinta o pulsar jogar fora teu sangue,
Você sangra e morre,
um pouco mais, um pouco mais.
Sinta o cheiro, o gosto.
Sinta o gosto, o mesmo desde que você nasceu.
Você se engasga e morre em seu próprio vômito, ensanguentado, afogado, baleado, esfaqueado, espancado.
Deitado na sua cama, tranquilamente.
Respire fundo, sinta a dor.
É só mais um dia, não é como se não houvesse amanhã...

domingo, 4 de abril de 2010

Just in case...

Novo ambiente, novas "relações", novos, e também velhos, problemas...

Sorrisos. Contrações dos músculos faciais em reação a uma situação ou até mesmo um pensamento, de expressão alegre ou de satisfação, ou ainda...
...A gradiosidade do sistema de relações humanas. O maior presente que as pessoas que buscam agradar os outros podem receber quando fazem sua tarefa com maestria, ou mesmo pobremente, dependendo de quem é agradado.
Seu sorriso pode muito bem elevar esse tipo de pessoa, ou até mesmo pessoas que realmente gostem de você. Aliás, ele o fará.

Seu sorriso pode rasgar uma pessoa, fazê-la em mil pedaços, por abaixo seu mundo e por terra seus sonhos. E, sem dúvida, ele o fará.

O momento social, cercado de pessoas, seja amigos, desconhecidos, mortos e vivos, é repleto de gestos. As pessoas forçam aquilo que são, sorriem e jogam seus cabelos para os lados. Dão indícios do interesse e personalidade. E dão ainda vestígios de seus medos. Medo de serem rejeitados, medo de não agradarem, de parecerem estúpidos, como se o fosse mais possível do que já é.
Essa garota na minha frente por exemplo, conversando com esses dois caras, colegas de faculdade provavelmente, já que é para lá que vão. O cabelo forçadamente desidratado dela não sossega por um instante sequer, sendo sempre recolocado sobre um dos ombros ou erguido em uma tentativa comum de revelar mais o pescoço, área de atração sutil humana. Em uma porcaria de um ônibus completamente lotado essa garota consegue se equilibrar sobre sapatos que lhe rasgam lentamente a carne, somente para ter uma postura que normalmente não teria, e apresentar um corpo que na verdade ela não tem. Ela não é feia, apenas inteiramente ignorante.
Eu sei, é feio julgar sem conhecer. Dane-se. Ela dá todos os sinais que eu preciso para saber o que ela quer e o que está fazendo... E não é como se eu estivesse atento ao que ela faz. Ela é mais exibida que um pavão, jogando sua voz rouca por todo o vagão com a capacidade de um verdadeiro barítono, e fazendo amplos movimentos de nadador com os braços. É na verdade uma tortura, a impossibilidade de escapar a atenção dela. É vergonhoso pensar em pertencer à mesma espécie de algo desse tipo.
Mas as pessoas não ligam. Pelo contrário, é exatamente o que admiram. E quem sou eu para dizer algo? Ninguém. Só o cara que infelizmente não possui um aparelho portátil de som mais potente e que não vá incomodar os outros para abafar a voz da gralha. Torna-se então uma faca no peito, ser educado com aqueles que me rodeiam, e deixar meu cérebro ser permeado, mesmo que não influenciado, mas desgastado, pelas besteiras que saem daquela boca em formato de tampa de boeiro com batom.
E os sorrisos. Nossa geração é provavelmente a mais feliz do mundo. Quantos sorrisos! É como se tudo fosse de uma expressão sem fim. É tão macabro, ser remontando a mesma fisionomia várias e várias vezes, a cara se deformando em minha mente em um vórtice gigante, rindo e rindo, como um maldito palhaço que exala graça por cada poro do corpo.

É irritante. Sorrisos falsos, esses que vejo à minha frente todos os dias, em todas as convenções adotadas, em toda a pastagem de comportamento que devemos comer e ruminar quando necessário, e seguir esse padrão frente a uma pessoa que faz exatamente o mesmo. Tudo, menos sinceridade. Ser uma pessoa interessante é simplesmente fazer a outra rir, ter senso de humor o suficiente para manter essa relação sempre em tom cômico e divertido. E nem precisa ser humor inteligente, não se você estiver interessado em certos tipos de pessoa. Veja, por exemplo, o gloss
com pernas logo a frente, fazendo sucesso com os dois rapazes de igual complexidade. Sorrisos e mais sorrisos, olhares que rasgam as pessoas que os rodeiam e não se indentificam com aquele comportamento, e que anseiam por algo, digamos, mais real. Mas o que pode ser real em um mundo onde, por opção, uma verdade é relativa, e o fato é questionável? O que pode ser real, em um mundo onde por opção, sorrisos escondem coisas tão fúteis, ao invés de sentimentos sinceros? Não, o mundo não é real. É uma grande mentira. Uma grande feira de máscaras, um grande circo. Meu objetivo aqui é derrubar quantas tendas eu conseguir, para ver o circo pegar fogo...É meu ponto, o ônibus já vai parar..."


Ghosts - Leprechaun

I see a lot of faces
They never seem acquainted with me or with my pals
They always shake my hand AND commonly call me friend
But I don’t like to see’em around
I see the hypocrits
A bunch of litany and it always seems sincere
But I can see behind their eyes they’re just beguilers
Cheating with their masks
I see the egoists
They never say a shit but I can always read their minds
Alienated brains produce the living-deads
They always hold the same old ground
I see the sickly crew So full of apathy
and they built this creepy land
But I can see behind their signs the fact of life
Ain't faithful unto death
Ghosts, ghosts, ghosts
Rove alone
They are nothing they are none
Ghosts, ghosts, ghosts
I’m someone
So maybe I’m the fucking spook

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Caça aos dragões

Não é meu texto, é de um escritor chamado R. A. Salvatore, famoso criador do drow de Forgotten Realms, Drizzt Do'Urden, em seu segundo livro, Rios de Prata. Não é um texto sobre RPG, é sobre mundo e vale a pena ser lido...



"Rezo para que nunca se acabem os dragões do mundo. Digo isso com toda a sinceridade, embora tenha tomado parte na morte de uma das grandes serpentes. Pois o dragão é o inimigo quintessencial, o maior dos adversários, o epítome inconquistável da devastação. O dragão, acima de todas as outras criaturas — mesmo dos demônios e diabos —, evoca imagens de esplendor sombrio, da grande fera enrodilhada e adormecida sobre o maior dos tesouros. São o teste supremo do herói e o medo supremo da criança. São mais velhos que os elfos e mais afeitos à terra que os anões. Os grandes dragões representam a besta sobrenatural, o elemento fundamental da besta, aquela parte mais sombria de nossa imaginação.

Os magos não lhes conhecem as origens, apesar de acreditarem que um grande mago, um deus dos magos, deve ter desempenhado algum papel na criação dessas feras. Os elfos, com suas longas fábulas que explicam a criação de cada aspecto do mundo, têm muitas histórias antigas sobre as origens dos dragões, mas admitem, reservadamente, que não fazem realmente a menor idéia de como os dragões vieram a existir.

Minha própria crença é, de longe, a mais simples e, contudo, a mais complicada. Acredito que os dragões apareceram no mundo imediatamente após a criação da primeira raça pensante. Não dou crédito a nenhum deus ou mago por essa criação, e sim a mais básica imaginação — urdida a partir de medos invisíveis — desses primeiros mortais racionais.

Criamos os dragões como criamos os deuses, porque precisamos deles; porque, em algum lugar no fundo de nossos corações, reconhecemos que um mundo sem dragões é um mundo no qual não vale a pena viver.

Há tantas pessoas na terra que querem uma resposta, uma resposta definitiva; para tudo na vida e mesmo para tudo o que possa haver depois da vida. Estudam e testam, e porque esses poucos encontram as respostas para algumas perguntas simples, supõem que deve haver respostas para todas as perguntas. Como era o mundo antes de existirem as pessoas? Será que nada existia a não ser trevas antes do sol e das estrelas? Será que existia alguma coisa? O que éramos nós, cada um de nós, antes de nascermos? E o que — o mais importante de tudo — seremos após morrermos?

Por compaixão, espero que esses questionadores nunca encontrem o que procuram.
Um autoproclamado profeta se apresentou em Dez-Burgos negando a possibilidade de uma pós-vida, alegando que as pessoas que morreram e foram ressuscitadas pelos clérigos na verdade jamais haviam morrido e que suas alegações sobre experiências além-túmulo eram um truque elaborado de seus próprios corações, um ardil para facilitar o caminho em direção ao nada. Pois isso é tudo o que havia, dizia ele, um vazio, um nada.

Jamais em minha vida ouvi falar de alguém que implorasse tão desesperadamente para que provassem que ele estava errado.

Pois o que nos restará se não sobrar nenhum mistério? Que esperança poderemos encontrar se soubermos todas as respostas?

O que é isso dentro de nós, então, que quer negar tão desesperadamente a magia e desvendar o mistério? Medo, eu presumo, baseado nas muitas incertezas da vida e na incerteza maior ainda da morte. Ponha esses medos de lado, digo eu, e viva livre deles, pois, se dermos apenas um passo para trás e observarmos a verdade do mundo, descobriremos que, de fato, há magia ao nosso redor, inexplicável por meio de números e fórmulas. O que é, se não mágica, a paixão evocada pelo discurso arrebatador do comandante antes da batalha desesperada? O que é, se não mágica, a paz que uma criança encontra nos braços da mãe? O que é o amor, se não mágica?

Não, eu não gostaria de viver num mundo sem dragões, assim como não gostaria de viver num mundo sem magia, pois esse é um mundo sem mistério e um mundo sem fé.

E esse, temo eu, seria o truque mais cruel de todos para qualquer ser consciente e racional."

Drizzt Do'Urden

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Monólogo

"-Já parou para pensar em porquê... não, o senhor provavelmente não fez isso.
Desculpe, não quis acusar-te. Mas me deixe terminar.
Você provavelmente não parou para pensar todas as vezes em que alguém te criticou e o senhor, automaticamente, sentiu-se apenas com raiva e frustrado, chateado com a pessoa, e em momento algum parou para pensar no que lhe foi dito, e no porque daquilo. E sim, eu sei que vai dizer que sim, que o senhor pensou, mas que a pessoa foi grossa, que não tinha o direito ou que não era verdade ou o jeito certo de falar. Todas essas coisas parecem, com o meu perdão, estúpidas senhor.

Prossigo por partes.
Primeiramente você não pensou, estava ocupado demais procurando os motivos para refutar aquilo, ao invés de pensar nos motivos daquela pessoa lhe dizer aquilo. Em segundo lugar, uma pessoa grossa não deixa de estar certa simplesmente por não agir conforme os preceitos da educação e fineza. Os argumentos dela não são menos válidos do que os de uma pessoa polida e, na verdade, são muitas vezes melhores por não se cobrirem com as várias vestes e máscaras que a educação imbui às suas frases. O mesmo vale para a maneira com que se fala; não é isso que interessa e sim o que se diz. Quanto ao direito do que se diz meu senhor, vivemos em um mundo de homens livres, e algum dia um escritor há de escrever que liberdade trata-se de fazer o que quer, e isso inclui dizer aos outros tudo que se quer dizer, e não ser barrado pelo que o ouvinte não quer ouvir. Talvez a frase seja melhor formulada num futuro, eu não tenho tal dom. O que percebo entre meus clientes e, como seu amigo espero poder lhe ser sincero, é que as pessoas pararam de escutar umas as outras, se é que um dia o fizeram.
Todos reclamam dos outros sem olhar para si mesmos, e quando falam aos outros o que esperam deles ou o que acham ser o melhor, são completamente ignorados, mesmo que não com rancor, mesmo que com afeto, mesmo assim ignoradas. Trata-se de ouvir atentamente, ao invés de soltar mil palavras a esmo e esperar que alguma delas esteja certa.
Não é sobre seguir cegamente, mas sobre pensar de fato. Não se ganha uma discussão pelo número de palavras ou pela complexidade das frases que se formula. Ser grandioso trata-se de compreender o que os outros dizem, amar cada palavra como uma forma de crescer, rasgar-se em mil pedaços com o mínimo ponto de exclamação de terceiros e atentar ao que precisa ser melhorado, e não ficar com raiva e empacar-se como uma criança chorona. Mas talvez eu tenha me excedido, meu senhor.


-Não tenha dúvidas de que o fez, meu caro. Não sou obrigado a ouvir o que ouvi de nosso amigo e agora ainda ter que ouvir de você todas essas besteiras. É um homem de inteligência elevada, mas eu sei o que fazer de minha vida e ao alto de tal idade como estou, saberia mais rapidamente que um relâmpago o que devo ou não fazer. Sou o que sou, não preciso pensar sobre isso e nem, onde já se viu, mudar pelas palavras de um idiota qualquer! Está tarde e eu preciso ir, as ruas estão cada vez mais perigosas com o tempo. Boa noite e obrigado pelo chá.

-Disponha, e boa noite - A porta se fecha à saída do velho médico - eu provavelmente me excedi na conversa e as palavras não entraram nos ouvidos certos. Porém talvez as paredes mudem a posição de suas tábuas e as cores de sua cobertura.


A noite caiu tranquilamente e a lua se fez valer, como se nada tivesse acontecido ou importasse, ignorando a conversa por completo. Bem dizem que a noite é uma criança e a lua é uma donzela, surda provavelmente."