"Quando sua realidade particular é desafiada, ela cede à verdade."

What if I say I'm not like the others?
What if I say Im not just another one of your plays?
What if I say I will never surrender?

domingo, 17 de junho de 2012

Hunter

De acordo com o meu horóscopo de hoje, eu devo controlar minha agressividade...

Os olhos ardendo, apertando-se vez após vez, se segurando em meio à multidão...
Caras, rostos, risos, vozes, gargalhadas, gritos, e você apertado em meio a isso, 
como um adolescente de merda,
O sangue correndo, fervendo, vez após vez, dentro de você.
Cria jogos, distrai a mente com besteiras, tenta espantar o tédio com atividades mil,
se enche de trabalhos e obrigações, de compromissos e amizades,
cursos extracurriculares e estágios de férias, escolas de línguas e palavras-cruzadas.
Fuma, bebe, transa, joga, corre.
Corre.


A mente definhando, coçando, larvas por toda parte, devorando sua mente pouco a pouco.
A vontade de gritar, as pernas inquietas, o ranger de dentes, os dedos inquietos, 
a impaciência, a agitação, a respiração cada vez mais acelerada.
TV, dormir, comer, foder, fumar, beber, comer, escrever, desenhar, correr...
Correr.

O corpo inquieto, seus músculos rasgando por dentro, seus braços se contraindo, suas pernas se mexendo,
coçando, apertando, arranhando, punhos se abrem e fecham. Os olhos ardendo, a vista desatenta, o caminhar distraído, a reação lenta.

Não.

Caçar...
É isso.
Correr, atrair, desviar do mundo atrás de um objetivo tão ágil quanto, reagir em segundos a tudo em volta, pular, se agachar, se agarrar, se levantar, correr, se armar, dedicar cada simples pensamento
ao cumprimento do dever mais primitivo, mais repugnante, mais puro...
A respiração forte, os ouvidos zunindo, o batimento audível, a pressão, o ar se desfazendo, 
o vento, cada desvio, cada milésimo de segundo se esquivando de tudo à volta, 
sua mente pesando uma tonelada, sem se dedicar à arte, filosofia, religião, vaidade, ciência, mas apenas 
à presa, a cada novo instante entre os obstáculos, seja caçando ou caçado. A pressão, o desespero de sobreviver, a vontade, o sangue, arrancar pele e carne, quebrar ossos, lutar até o último instante, cada novo movimento uma nova infinidade de escolhas, explodindo em um milésimo de segundo como uma granada contra a sua cara, decidindo vida e morte, arrancando cada pedaço, cada gota de sangue, cada pedaço, te fazendo pagar por cada pensamento e escolha errada, cada reflexo fraco, cada falta de preparo, físico, mental, cada incapacidade. 
Sobreviver.
É isso,

Rasgar sua mente, dar espaço apenas ao que interessa, despedaçar cada inutilidade, esvaziar completamente tudo, deixando apenas aquele instante rosnando contra seu ouvido, o calor contra seu rosto, 
sendo devorado vivo enquanto você se mantém calmo, admirado,

interessado.

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Eu definitivamente não nasci para escrever, todo texto que eu vejo meu parece um poema de aluno de ensino médio. Sem mimimi, mas minhas escolhas estão péssimas para as palavras.
Azar de vocês.

Atenciosamente, Chakal.


http://www.youtube.com/watch?v=l-GwX5x1cio

4 comentários:

  1. foda! intenso, fluente, deseperando...

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  2. Muito bom.
    Se seus textos fossem ruins nem vinha aqui.
    Enquanto lia esse texto gritava : férias!
    Haha.

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  3. Tantos afazeres apenas como válvula de escape. As pessoas estão, exatamente como colocou, correndo.
    Consumindo o tempo pra tentar não serem sufocadas por ele. Acho que não funciona muito. Mas é só porque não suportam pensar.

    (PS: Ei, não menospreze alunos de Ensino Médio! rs
    E que continuemos azarados então.)

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  4. Se alunos de Ensino Médio tivesse uma visão de realidade assim,o mundo estaria 1% salvo. Sem menosprezar os alunos claro, mas nessa faixa etária poucos adolescentes sabe realmente diferenciar o interessante e o banal.
    Eu curti demais o texto e os outros que eu consegui ler. Mas vou ler o restante, ainda mais nas férias, tempo é o que não falta.

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