"Quando sua realidade particular é desafiada, ela cede à verdade."

What if I say I'm not like the others?
What if I say Im not just another one of your plays?
What if I say I will never surrender?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

War



Estou me sentando aqui sem ter o que escrever. Depois de tanto tempo, e ainda sem saber o que colocar aqui. Eu tive inúmeras ideias. Formulei textos inteiros na minha cabeça, e, não anotando nenhum, todos eles foram esquecidos antes que eu pudesse chegar em casa.
Uma parte da verdade é que eu estou bem cansado das pessoas. Sempre me interessei pelo que acham, dizem, mas ultimamente eu tenho ouvido tanto os mesmos argumentos imbecis e tão facilmente derrubados que eu tenho duvidado que esse meu interesse tenha alguma base onde se sustentar.
Como todos sabem, eu não bebo, eu não fumo, eu gosto de política, eu não vou contra aquilo que acredito e eu não me calo para os erros dos outros, do mesmo jeito que eu não esqueço nunca dos meus para garantir que eu não os faça de novo. E todas essas coisas tem opositores. Se algum deles tivesse provado para mim o contrário, eu mudaria. Mas até hoje eu ouço os mesmos contra-argumentos, os mais estúpidos possíveis. E isso tem me cansado, o que me levou ao afastamento desse blog, ao qual eu não andava vendo grande funcionalidade.


Eu me cansei das desculpas,
de todos os porém,
de todas as justificativas imbecis,
de todos os argumentos que já saem errados,
e saem errados pelas próprias pessoas que dizem,
argumentos que são desculpas,
que não passam nem perto de ser o motivo real para fazerem aquilo que fazem,
que parecem imbecis para mim,
e que provavelmente são imbecis para quem os diz também.
São desculpas para si próprios,
e mentir para os outros é uma coisa,
mentir para si mesmo é suicídio espiritual.
É ficar vazio por dentro,
é se acabar pouco a pouco.
Eu não me interesso por gente assim.

Eu não vim aqui falar sobre isso. Essas pessoas não merecem atenção. Os choros e desculpas que dão são tudo com o que merecem ficar. Isso e com a covardia de agir como alguém que pensa, alguém diferente e que quer ser maior do que o que está na sua frente. Eu não tenho, nem nunca tive, saco pra criança.

Eu vim falar sobre jornadas.
Sobre essas guerras particulares que as pessoas tomam.
Eu mesmo tive várias.
E descobri que nenhuma delas era a minha.
Tem gente que briga contra a religião.
Eu brigava contra a religião.
Achava que a ciência tirava sua força.
Para ver mais a frente que a ciência é em si uma base religiosa.
As pessoas estudam coisas muitas vezes absurdas, sem qualquer embasamento,
na pura fé.
Para chegar a conclusões que até então se julgava impossível.
E isso acontece mesmo hoje, que acreditamos que não existe limite para a ciência.
Vez ou outra nos vemos céticos nesses avanços. E eles sempre vêm nos bater na cara.
Hoje eu vejo que a fé é uma das poucas coisas que fazem as pessoas dignas de algo.
E que fazem delas capazes da única coisa nobre a qual poucos seres humanos são capazes.
O sacrifício. O pulo cego, a determinação pelo que se acredita.
O esperar por algo que outros considerariam imbecil.
O agir por esse algo...
Tem gente que faz guerra na política.
Eu já fiz isso.
Já dediquei meus desenhos a isso.
Para descobrir que não existe lado certo nisso, e que na teoria é tudo lindo.
Que teoricamente, governos comunistas derrubam um governo, implantam uma ditadura e redistribuem tudo, para então desfazer a ditadura e deixar todos como iguais.
Que teoricamente, governos de direita elegem aquele que trará o melhor para a maioria e proporcionará oportunidades aos que não têm, ajudando-os com o dinheiro que os impostos trazem, com saúde e educação, para que um dia todos consigam viver por conta própria e crescer nisso.
Eu lutei por vários desses lados, esquerda, direita...para perceber que é tudo uma balela sem limites.
Que não existe teoria política, porque política se faz na prática, e na prática, não tem muita gente disposta a sacrificar o poder que tem para terceiros. E que não dá pra contar com quem está lá em cima, seja de direita, esquerda, centro, ou o diabo que for. Vai dar sempre no mesmo...e as coisas caem por terra tão rápido quanto elas são propostas. Teorias lindas, práticas temíveis. E vergonhosas.
Hoje eu me vejo chacinado pelos dois lados, e mais do que nunca vejo o quanto a falta de respeito é alarmante. Eu não me posiciono para qualquer lado que seja. Em nada. Eu uso a lógica nas situações, eu não faço parte de gangues que definem o que você é. Eu sou conservador no que a lógica me faz achar certo, e liberal no mesmo sentido. Eu não sou apenas uma coisa, eu sou uma pessoa de verdade, e não um robozinho que só segue um lado, seja esse qual for.
Eu penso por mim, e não apenas por teorias miraculosas, livros e pensamentos de terceiros. Eu tento absorver aquilo que acho certo e discordar do que me parece imbecil. Não é tão difícil, e não é mais que uma obrigação.
Eu vejo gente brigando contra a desigualdade social, e eu já fui assim. Já achei que eu tinha que ajudar a tudo e a todos. Que tinha que ser o melhor cara do mundo, bonzinho e compreensível.
Que tinha que guardar pra mim o que achava de ruim, e relevar os defeitos dos outros porque
eles relevavam os meus. Novidades: as pessoas nunca vão relevar seus defeitos. Se eles
às afetam, elas vão te xingar, reclamar, parar de falar com você. E não deixe de relevar
os erros, defeitos, gostos absurdos e preconceitos dos outros. As pessoas não estão acostumadas a ouvir o que não querem. O respeito que tanto pedem vale para um lado só, não se iluda.
É por isso que eu não tenho lá muitos amigos, e as pessoas tendem a se afastar de mim.
Um dia eu percebi que elas querem respeito, mas não querem respeitar.
Então eu não engulo mais sapos. Ninguém deve.
Eu não respeito meus defeitos.
Eu me torturo com eles, e se quero ser diferente, se vejo algo errado.
Eu mudo.
Não dou desculpas.
Seria triste comigo mesmo. Aceitar uma incapacidade minha.
Como alguns já devem ter percebido aqui, eu não aceito os defeitos dos outros também.
Eu adoro ver o circo pegando fogo.
Adoro apontar meu dedo na sua cara e te mostrar onde está errado, e o quão imbecil você é.
Se você não gosta, o problema é seu.
Se eu fizer algo errado, a primeira coisa que vou querer é que faça o mesmo por mim.
Tem gente que tem uma guerra pela natureza, e eu já fui assim.
Eu não sou mais assim. Eu não sou a favor de tortura aos animais, humanos excluídos, mas eu também não acho que a gente deva preservar todas as espécies.
Extinção é a minha palavra do dia na verdade.
A gente faz o que dá para sobreviver, e um dia some daqui.
A gente não vai destruir o mundo, nem se quisermos...nós somos como qualquer bicho, e um dia
vamos deixar de ser, como qualquer outro bicho.

Eu hoje tenho uma guerra contra mim mesmo...eu tento ser o mais capaz e o mais orgulhoso de mim mesmo que eu consigo. Eu travo uma guerra contra todos os erros que cometo
e todos os defeitos que tenho. Seria bom acordar amanhã como alguém um centésimo melhor que fosse.
Se você não acha necessário, bom pra você. Pra mim é extremamente necessário
não acordar no dia seguinte arrependido de ter perdido uma chance, ou de ter feito uma
burrada. Não que não aconteça. Mas espero não acontecer mais de uma vez.
Eu quero ser perfeito. Pode parecer pretensioso, e é mesmo. É justamente por ser
impossível que eu quero isso. É justamente por ser impossível que eu quero
sempre tentar alcançar, ser melhor, e mudar aquilo que eu julgo necessário.
Minha guerra é por sobreviver, e morrer na certeza de ter orgulho de mim mesmo.

Isso me impede de dar desculpas para mim mesmo.

E não tem nada que eu odeie mais que desculpas...
Se você é algo, e acha que está errado, mude.
Mas não culpe seus pais, ou o mundo, a sociedade, o clima, a vegetação, a política, ou a pressão do mundo capitalista e consumista.
Enfie isso tudo goela a baixo e engasgue-se com as suas desculpas, que é melhor do
que encher o saco de gente que tem mais o que fazer.
Se você erra a culpa é sua, e é bom não fazer de novo.
Dar desculpas é só um jeito de se justificar por um erro.
Se é um erro, não tem justificativa.
A não ser que você seja um retardado mental.
Daí você não precisa levar nada do que eu falei em consideração...
como provavelmente vai fazer.

E se eu não tenho saco pra crianças, imagine para retardados mentais por opção...

Não atenciosamente, Chakal.




3 comentários:

  1. e é por isso que você é a melhor pessoa do mundo. e bobos são os fracos que não aguentam o que você diz. eu sei que dói, mas pelo menos as pessoas podiam pegar a dor que sentem quando você fala e fazer algo com isso.
    e eu sei o que eu sou, eu sei o que eu quero e sempre vou ser. e eu só tenho que te agradecer por ter me proporcionado isso. triste é quem não aproveita a chance que tem.

    você é a pessoa que eu mais admiro no mundo inteiro.

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  2. Nossa....
    Nossa mesmo.

    Foi com fúria de verdade. O comentário de cima, de certa forma, resumiu tudo. Eu sempre comento os seus textos e deixo claro como gosto deles, da sua atitude, do modo como você defende suas opiniões e ideais. Isso são sim coisas a serem admiradas, e também das quais se orgulhar.
    Gostei muito do que você disse sobre a questão da fé. Há realmente o lado fanático, irracional e covarde das pessoas que se escondem em uma crença, mas também nunca fui a favor da crítica generalizada, porque sempre achei, hum, bonita essa coisa de se dedicar totalmente a algo em que se acredita. Como os samurais que se matam pra não perder a honra, por mais insano que isso possa parecer àqueles que não vivem naquele meio.

    Eu poderia comentar cada item do que disse, mas acho que não vou. Seus textos realmente injetam uma dose de verdade e uma série de tapas na cara da gente, fazem pensar mesmo. E este foi.. magnífico! Você não deixou nada passar...

    Ainda assim, não abandone o blog. É muito bom.
    E você está de parabéns mesmo.

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  3. Poxa, acho que nem precisa comentar, o quanto ficou claro como você se vê no mundo e, o que você vê das pessoas no mundo.
    E acho que fazemos dos problemas dos outros, os nossos. E o que me impressiona muito, como as pessoas têm resposta para tudo, e quando não tem inventam uma desculpa.
    As pessoas de hoje baseiam suas vidas em desculpas, como se elas fossem resolver algo. Algumas pessoas, em vez de falar realmente o que quer, e ter a chance de ser uma pessoa "digna", e mostrar que por mais que a verdade doa ela é melhor, preferem invetar uma desculpa, que na maioria das vezes é retardada ao raciocínio.
    Para mim, o que você acha e como vive no mundo de hoje, não deve importar para ninguém, realmente o que você escreve esfrega muitas verdades na cara de quem realmente precisa e, tem muitas pessoas por aí precisando ler umas coisas assim!
    Adoreii, mesmo! :D

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